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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PEDÁGIOS NAS ESTRADAS GAÚCHAS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Passei o Natal na Serra Gaúcha, em Nova Petrópolis e acabo de voltar de lá. O Rio Grande do Sul é lindo, sua gente é fantástica, mas a cobrança de pedágio nas estradas gaúchas é um absurdo. Quando vou para o Rio Grande do Sul prefiro ir pela 116, ao invés de pegar a 101, porque o caminho é muito mais bonito e tranquilo. Mas o valor do pedágio é de indignar qualquer um.
De Vacaria até Nova Petrópolis são quatro pedágios de seis reais cada um. Aliás, em Vacaria, existem dois pedágios com apenas vinte quilômetros de intervalo entre eles. É possível isso? Pode não ser, mas está lá, há vários e vários anos. É legal? Provavelmente não, pois a estrada não é nova e não é duplicada. Em alguns pontos, na serra, não tem nem acostamento, porque originalmente foi entalhada na pedra (encosta da serra) apenas o espaço suficiente para as duas pistas de rolamento. O asfalto não é novo, como deveria ser, pelo preço do pedágio que pagamos, pelo contrário, é todo remendado, remendos quase que de boa qualidade, mas remendos.
Mais uma vez, defendo que por seis reais, deveríamos ter uma rodovia de primeiro mundo, um asfalto novo e plano, liso, da melhor qualidade. No entanto, a gente passa pela 116 e outras estradas do Estado, como a RS122, onde o pedágio também é seis reais, e não se vê ninguém trabalhando, fazendo alguma restauração, algum reparo.
Vou todo ano para a serra gaúcha, mais de uma vez, e desta vez decidi mudar para ver se melhorava. Peguei a RS122 – por isso sei que a parte com pedágio cobra o mesmo preço da BR 116 – e a decepção foi maior. O primeiro trecho da RS122, logo que a gente sai da 116, não tem pedágio. E isso fica óbvio de cara, pois os buracos – eu diria crateras - são constantes e enormes. Se a gente cair em num dos imensos buracos que há na estrada, corremos o risco de ter a viagem interrompida. Aliás, é comum ver-se pobres vítimas paradas à beira da estrada com o carro estropiado.
Que governo é esse que não faz manutenção daquela estrada? Há que se exigir o cuidado devido, o povo riograndense merece melhores estradas. Eu já falei em outras oportunidades do valor escorchante do pedágio praticado no estado, sem a contrapartida, que deve ser estradas em perfeitas condições, e também do fato de não ver, em jornais ou na TV, comentários a respeito, reclamações e exigência de providências. Mandei artigo a respeito para vários jornais gaúchos, não sei se algum publicou, mas o fato é que de uns dois anos para cá comecei a ver, na seção de cartas de um outro jornal de Porto Alegre e região alguns leitores tocando no assunto.
Parece que é tabu, o governo do estado não é cobrado, a imprensa não toca muito no assunto, os políticos, então, nem tomam conhecimento, será porque não lhes interessa que diminua a polpuda arrecadação do pedágio milionário?Já imaginaram quanto dinheiro entra por dia em todos os pedágios do estado? E pra onde vai todo esse dinheiro, se não o vemos ser aplicado nas estradas? Fazer remendo, pagar o pessoal que trabalha na cobrança e alguns outros que não se vê trabalhar, cortar o mato da beirada da estrada, com certeza, não consome toda a bolada arrecadada.
Estamos sendo roubados, mais uma vez. Pagamos caro por estradas perfeitas que, na verdade, não são nem metade do que deveriam ser.

Um comentário:

  1. AMORIM,passei para desejar um ótimo ano para vc e sua família. Muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito obrigada pela sua disposição com meus alunos. Vc é muito especial para nós. Abraços

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