Por Luiz Carlos
Amorim – Escritor, editor e revisor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br
Começou o horário político no rádio e na televisão. Eu não gosto muito de falar em eleição, porque nem sempre há candidatos suficientes em quem se possa votar, mas li uma cartinha num jornal, a respeito, e achei muito interessante: “o horário político está de volta e os candidatos vão fazer, de novo, meu ouvido de penico. Mas eles terão o troco no dia da eleição.” Não é legal? O eleitor sabe que os políticos que querem se aboletar nos mandatos de quatro anos, que aproveitar a “boquinha”, vão prometer mundos e fundos sem a mínima intenção de cumprir, vão reivindicar para si inúmeras “realizações”, vão mostrar, alguns deles, uma baita ficha limpa que não existe e esconderão a sete chaves a enorme ficha suja, essa sim de verdade. Vão tentar convencer de que são a obra-prima da natureza. Mas ele, o eleitor, vai fazer valer o seu direito de escolha e seleção e quando chegar o dia da eleição, não votará em nenhum deles. Se não houver nenhum candidato que mereça o seu volto, votará nulo.
Isso me fez lembrar, também, que na semana passada caminhava eu pelo centro, quando passei por duas senhoras que conversavam sobre a eleição. “Pois não é tudo uma cambada de corrupto? E a gente tem que votar neles!”, diziam elas. Eu não as conhecia, mas não me contive e postei-me ao lado delas, me metendo na conversa: As senhoras não são obrigadas a votar em ninguém. Se sabemos que os candidatos disponíveis não são bons, não são o que queremos para representar-nos, então não devemos votar neles. Se não houver ninguém em quem possamos votar, a única saída e anular o voto, pois só assim ele não vai valer pra ninguém e servirá de protesto para saberem que não estamos satisfeitos com o que está aí. Não existe aquela história de que precisamos voltar em alguém de qualquer jeito, para não “desperdiçar” o voto. Desperdiçar é votar em quem não merece.
Elas olharam pra mim, balançaram a cabeça e concordaram. E eu segui o meu caminho, de alma lavada. As pessoas, todas, deveriam saber como funciona o sistema eleitoral. Mas não é interessante para os políticos, não é?
(Artigo publicado hoje no Diário Catarinense, sob o título "Horário Político")
Começou o horário político no rádio e na televisão. Eu não gosto muito de falar em eleição, porque nem sempre há candidatos suficientes em quem se possa votar, mas li uma cartinha num jornal, a respeito, e achei muito interessante: “o horário político está de volta e os candidatos vão fazer, de novo, meu ouvido de penico. Mas eles terão o troco no dia da eleição.” Não é legal? O eleitor sabe que os políticos que querem se aboletar nos mandatos de quatro anos, que aproveitar a “boquinha”, vão prometer mundos e fundos sem a mínima intenção de cumprir, vão reivindicar para si inúmeras “realizações”, vão mostrar, alguns deles, uma baita ficha limpa que não existe e esconderão a sete chaves a enorme ficha suja, essa sim de verdade. Vão tentar convencer de que são a obra-prima da natureza. Mas ele, o eleitor, vai fazer valer o seu direito de escolha e seleção e quando chegar o dia da eleição, não votará em nenhum deles. Se não houver nenhum candidato que mereça o seu volto, votará nulo.
Isso me fez lembrar, também, que na semana passada caminhava eu pelo centro, quando passei por duas senhoras que conversavam sobre a eleição. “Pois não é tudo uma cambada de corrupto? E a gente tem que votar neles!”, diziam elas. Eu não as conhecia, mas não me contive e postei-me ao lado delas, me metendo na conversa: As senhoras não são obrigadas a votar em ninguém. Se sabemos que os candidatos disponíveis não são bons, não são o que queremos para representar-nos, então não devemos votar neles. Se não houver ninguém em quem possamos votar, a única saída e anular o voto, pois só assim ele não vai valer pra ninguém e servirá de protesto para saberem que não estamos satisfeitos com o que está aí. Não existe aquela história de que precisamos voltar em alguém de qualquer jeito, para não “desperdiçar” o voto. Desperdiçar é votar em quem não merece.
Elas olharam pra mim, balançaram a cabeça e concordaram. E eu segui o meu caminho, de alma lavada. As pessoas, todas, deveriam saber como funciona o sistema eleitoral. Mas não é interessante para os políticos, não é?
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