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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A PRIMEIRA PROFESSORA

Por Luiz Carlos Amorim (escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Tenho voltado a Corupá, minha terra natal, e passeado por lá para rever pessoas e lugares. Os lugares estão quase todos lá, um pouco mudados pelo tempo que já passou - as casas onde morei não as encontrei mais, uma delas nem consegui determinar o lugar onde se localizava. As pessoas, poucas revi. Talvez elas até estejam lá, mas já não as reconheço, assim como elas também não me reconheceriam.
Fui ao Grupo Escolar Teresa Ramos, onde estudei – o sobrenome continua igual, mas o nome mudou e a escola também. Hoje tem o triplo do tamanho, ou mais, mas continua sendo a escola estadual da cidade.
Levei alguns livros meus que ainda não faziam parte do acervo da biblioteca da escola e pretendia verificar quais ainda ficariam faltando, para levá-los. Mas o bibliotecário não estava e voltarei outro dia.
E fui levar meu livro mais recente, “Borboletas nos Jacatirões”, para a professora Elizabete Voltolini, minha primeira professora. Sempre levei meus livros para ela, mas fazia tempo que não falava com ela. Encontrei-a em sua casa, na pracinha do centro de Corupá, o mesmo sorriso meigo, o olhar terno, os traços suaves e delicados. O tempo passa e é implacável com todos nós, mas parece ter sido complacente com ela, pois seu rosto ainda conserva a beleza da professorinha de quarenta e tantos anos atrás, a voz doce e acalentadora e a alma límpida e transparente.
Que saudade, professora Elizabete! Que bom poder lhe ver de novo, falar consigo, beijar a sua mão. Vou lembrar sempre da primeira professora, que me ensinou a ler e me ensinou a escrever, que tinha o poder de ensinar com uma facilidade incrível, costurando os assuntos sempre com uma história, que ela também é ótima contadora de histórias.
Hoje, que também sou professor, sei que aquilo era didática aplicada, didática da mais alta qualidade, aplicada de maneira eficiente e eficaz.
Presto aqui a minha homenagem a minha primeira professora, o símbolo do exercício de um ensino competente que deve servir de modelo para todos nós. E homenageando a ela, homenageio todos os professores abnegados e dedicados que tocam, com esforço e pouca remuneração, a educação deste país, que se não fosse por eles não existiria mais.

Um comentário:

  1. Oi Amorim :))

    Parabéns pelo dia do professor e pela crônica. eu também fiz a minha. caiu exatamente no meu dia no jornal e acho imperioso agradecer. "cedem dos seus desejos para nos significar" há algo mais belo? um abraço!

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