Transcrevo crônica publicada aqui há algum tempo e que está sendo publicada pela escritora Jaqueline Sampaio em material didático de Língua Portuguesa para 5º. ano para a Editora IBPEX de Curitiba (sistema de ensino).
A ÁRVORE DA FELICIDADE
Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Hoje o tempo está carrancudo, até já chuviscou, mas eu saí assim mesmo para
caminhar. Passando pela Avenida Atlântica, meu caminho da roça, vi alguns homens
cortando os galhos de uma árvore da felicidade, até então majestosa nos seus
quase cinco metros de altura. Ela fica perto das pracinhas que marcam a divisa
de Florianópolis e São José, na frente de uma casa singular.
Não sei o motivo
que levou a podarem-na tão drasticamente, pois ela não tem galhos muito pesados,
as folhas são pequenas, não oferece nenhum risco, aparentemente.
Parei para
olhar, mas segui em frente, porque doeu ver aquilo. Passo sempre por ali e sei
que aquela árvore, além de linda, é abrigo de centenas, talvez milhares de
passarinhos, que na boca da noite, vêm se aninhar em seus galhos para dormir.
Aquela cantoria anunciando que a noite estava chegando, aquele coral com hora
marcada já não será mais ouvido, pois quando os pássaros chegarem, hoje à
noitinha, encontrarão apenas galhos podados, desnudos, da grande e generosa
árvore. Há outras árvores, os passarinhos com certeza as acharão, eu sei, mas
qualquer delas que desaparece, é uma grande perda.
Isso me lembra dos pés de
jacatirão que secaram e outro que está morrendo, em outra rua, e fico eu cá,
matutando, que a natureza tem razão em não nos dar mais voto de confiança. Não
fazemos por merecer.
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