Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Há muito tempo, desde que comecei a escrever, que faço palestras em escolas ou entidades culturais e tenho feito parte de corpos de jurados de concursos literários e seleção de textos para publicação. Já me aconteceu de encontrar textos - principalmente poemas - de autores consagrados, como Drummond, Vinícius, Cecília Meirelles e outros, assinados por alunos de primeiro ou segundo graus ou “poetas” novos. Encontrei até poemas meus, em versão integral, assinados por outra pessoa, copiados e assumidos por quem os enviou.
No caso dos estudantes, pode ser inocência, falta de esclarecimento, ingenuidade. Talvez achem que podem copiar o texto ou poema, colocando o próprio nome, como se isso indicasse apenas quem está enviando. A verdade é que isso é plágio, é crime. Não podemos assinar nada que não seja de nossa autoria. Podemos até citar, em nosso texto, trecho de autoria de outrem, desde que o coloquemos entre aspas e desde que revelemos o autor e a fonte. Copiar um texto de alguém e omitir o nome do autor já é grave, imagine apropriar-se da obra, assinando como se a tivesse criado.
Nós, professores, precisamos enfatizar aos nossos alunos de primeiro grau - e de segundo também – que não podemos nos apropriar da obra alheia, porque isso é roubo e podemos ser processados por isso e sofrer penalidades.
Não se pode, simplesmente, copiar alguma coisa de onde quer que seja, sem que copiemos também o nome do autor e, de preferência, sem deixar de citar o lugar de onde a copiamos. Seja de livro, de jornal, de revista, da internet, de qualquer lugar. E se não houver registro do nome do autor, isso não quer dizer que podemos nos apoderar do texto. Devemos colocar a fonte e citar que não havia anotação da autoria.
Sabemos que o plágio verdadeiro, proposital, de má fé grassa por aí – que há “escritor” que copia a obra de outrem e a passa adiante com se fosse sua. Eles precisam ser denunciados para que sejam brecados, punidos e para que essa atitude criminosa não seja, cada vez mais, banalizada. Para que não pareça natural aos nossos leitores em formação e escritores em potencial. Para que eles exerçam e valorizem a sua criatividade e respeitem a propriedade alheia.
O engraçado que, atualmente, já não existe só o plágio como conhecíamos até agora. Existe um outro, que não prejudica apenas o autor da obra, prejudica também o leitor, que confuso, acaba comprando um livro por outro. É famigerado “gato por lebre”, quando os editores publicam um volume com título e capa parecidos com um best-seller e o leitor é induzido a comprar, pensando que é o sucesso literário da hora.
Essa prática tem se tornado comum e não raro há um “clone” para obras de sucesso, como no caso dos livros de Don Brown, por exemplo. Aconteceu com muitos outros, mas os que estão nas livrarias atualmente são livros tentando vender no rastro de obras como “A Cabana”, “2012”, “Crepúsculo” e outros títulos.
É muito comum acontecer com pessoas que querem dar livro de presente, que tentam saber da preferência do amigo ou parente a ser presenteado e vão comprar, mas se não conhecerem bem a obra podem levar o item errado. Se acontecer com você, devolva. Mesmo que precise pagar a diferença, leve o original.
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