O escândalo da proteção, por parte da ANTT, em favor da
Autopista, concessionária de pedágio na Br 101 em Santa Catarina e em outros
Estados brasileiros, finalmente está mostrando o quanto os usuários, o povo brasileiro,
está sendo lesado. Depois de tantas denúncias e questionamentos feitos em meu
blog e em artigos publicados em vários jornais, nos últimos anos, matérias com
evidências e documentadas, parecem começar a surtir efeito. Lanço mão de
informações publicadas nas últimas semanas em jornais e na TV.
A Autopista não tem cumprido o contrato firmado com a ANTT
para manutenção da BR 101, desde o início da concessão. Os usuários querem
saber para onde vai todo o dinheiro arrecadado com o pedágio nestes cinco anos
e porque a empresa não é penalizada – ela não tem pago as multas aplicadas pela
não realização de obras previstas – e porque o contrato não é rompido.
Além da reclamação dos usuários e da denúncia da imprensa,
uma comissão de prefeitos foi à Brasilia para cobrar providências,
recentemente, e as coisas começam a acontecer.
No final de maio, o pedágio de Palhoça, na Grande Florianópolis, foi
suspenso e deixará de ser cobrado até que aquela praça de cobrança seja
transferida para Paulo Lopes, como foi decidido pela ANTT, há algum tempo, mas
ficou só na falação e de concreto, nada foi feito.
Além disso, a própria ANTT, colocada na parede, apresentou
números que mostram o descaso da Autopista com relação ao contrato firmado
entre ela e o governo. Mais de dez obras pendentes no trecho da BR 101 SC foram
listadas pela agência reguladora (?), conforme denúncias. Nos cinco anos de
concessão, menos de vinte por cento das obras obrigatórias, previstas em
contrato, deixaram de ser realizadas. Em 2010, a Autopista deixou de cumprir
90% das obras; em 2011, deixou de cumprir 80% e em 2012, 90% das obras não
foram executadas. A concessionária deixou de investir, portanto, 700 milhões de
reais na BR 101-SC. Para onde foi todo esse dinheiro que deveria se aplicado no
rodovia?
A dona ANTT reconhece, pasmem, que “os atrasos e falhas da
concessionária não podem mais ser tolerados e a postura da Autopista é
“inadequada” e “deficiente”. Desde 2008, a ANTT emitiu 43 multas, num total de
23 milhões de reais que a Autopista nunca pagou. E a ANTT também não fez nenhum
esforço para cobrar.
A comissão catarinense que exige providências, quer que a
ANTT retenha a receita da Autopista, fora a cobrança imediata das multas, com
correção, que só assim a empresa fará o trabalho que vem adiando a cada ano. A
concessionária está convocada a apresentar cronograma para a realização de tudo
o que não foi feito até agora, com conclusão das obras até fevereiro de 2014.
Se não cumprir o derradeiro prazo, só então terá o contrato suspenso.
É muita regalia, não é? Por muito, muito menos, muitos
contratos de prestação de serviço foram rompidos. A Autopista, claro, diz que
os dados sobre sua desastrosa (e por que não dizer criminosa?) atuação aqui no
sul são “equivocados”. Brincadeira tem hora, é ou não é?
Interessante é a manifestação oficial da ANTT sobre o caso: “está
acompanhando proativamente as
execuções de todas as obras previstas para o presente ano”. Será que ela sabe o significado da palavra
“proativamente”? Acho que alguém deveria explicar a ela, ou dar um dicionário
de presente, pois ela, como os políticos, é craque em distorcer o sentido das
palavras.
O governo federal parece ter resolvido apertar o cerco com
relação à concessionária – será? – instaurando processo administrativo
ordinário para verificar a atuação dela. Se a empresa não cumprir todos os
itens cobrados, constantes em contrato, o resultado pode ser o rompimento do
contrato. O governo, através da ANTT, não é? Então tá bom.
Mas custa muito para romper o tal contrato, não? Acho, até,
que o governo deveria é romper o “contrato” com a ANTT. Chega de passar a mão
na cabeça de quem só arranca o dinheiro do cidadão que paga pedágio para ter
uma rodovia mais segura e decente e não faz nada. Sabemos bem que nome se dá a
isso.
Está na hora de dar um basta nesse estado de coisas. Por que
o governo não faz um levantamento para saber para onde vai tanto dinheiro
arrecadado diariamente nos postos de pedágio? E não esqueçamos que esse
problema não se resume ao que está acontecendo no Sul do Brasil. Ele vem
acontecendo em outras regiões também. A ANTT é a mesma em todo o país.
Pois é, infelizmente, o que mais se vê é estádios sendo inaugurados, ou seja, estão investindo mais em estádios de Futebol do que Hospitais, estradas, presídios, planos habitacionais, escolas, isto é, estão investindo mais no secundário do que no primário,
ResponderExcluirVergonha!!!