Por Luiz Carlos Amorim (escritor – Http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )
Em novembro de 2007, eu e a escritora Urda Alice Klueger, de Blumenau, participamos da Feira do Livro de Porto Alegre, por intermédio da Câmara Catarinense do Livro. Alguns meses antes da feira acontecer, eu havia contatado com a Câmara Riograndense do Livro para tentar agendar o lançamento de um livro, e me comunicaram que minha inscrição para uma sessão de autógrafos lá só poderia ser feita por um associado daquela entidade, organizadora e mantenedora do evento. Tentei contatar com alguns associados, como editoras universitárias gaúchas, já que nenhuma editora catarinense é filiada à Câmara Riograndese do Livro, uma vez que temos aqui a nossa Câmara Catarinense.
Então, quando estava quase desistindo, eis que a Câmara Catarinense do Livro nos manda uma mensagem comunicando que os escritores catarinenses teriam um estande na Feira do Livro de Porto Alegre. Havia sido acordada uma espécie de permuta: a Câmara Catarinense do Livro teria um espaço na Feira do Livro de Porto Alegre e Câmara Riograndense do Livro teria um estande na Feira do Livro de Florianópolis.
Não sei de qual das câmaras partiu a iniciativa, só fiquei sabendo através do presidente da nossa câmara que foi em decorrência de um encontro de câmaras que houve em São Paulo, se não me engano. Achei muito bom e fui, finalmente, participar da Feira do Livro de Porto Alegre. Lá encontrei a Urda, que já tinha chegado, no estande colocado à disposição da Câmara Catarainense do Livro, que levou para lá livros de escritores aqui da terra.
Na Feiras do Livro de Florianópolis, que aconteceram em dezembro de 2007 e em maio de 2008, não vimos o estande da Câmara Riograndense do Livro, nem escritores gaúchos. Na Feira de Porto Alegre de 2008, a Câmara Catarinense do LIvro não se manifestou sobre o "acordo" ou “permuta” e nós, escritores catarinenses, não fomos à feira gaúcha. Ninguém falou nada a respeito.
Leio, então, a crônica do escritor Amilcar Neves, no Diário do dia 20.05.09, que revela que “O Ex.mo Governador do Estado esconde, ou melhor, guarda uma surpresa magnífica para a Literatura catarinense e, por extensão, para os escritores da terra. Está com ele um convite que veio do Rio Grande do Sul que muito nos honra, dignifica e envaidece. Quer dizer, só pode estar com ele, dados a magnitude do assunto e o fato de a correspondência ter chegado no dia 16 de março às mãos das mais altas autoridades da Secretaria do Turismo, Cultura e Esporte e da Fundação Catarinense de Cultura. (...)
Trata-se do seguinte: notícias que vêm dos pampas dão conta de que a Câmara Rio-Grandense do Livro elegeu Santa Catarina o Estado Convidado da 55a Feira do Livro de Porto Alegre, de 30 de outubro a 15 de novembro. Nossos vizinhos ao Sul nos cedem, de graça, um estande de 18 m2 para comercialização de livros e pedem a presença de escritores e ilustradores, apresentações artísticas, participação de especialistas em mesas-redondas, lançamentos de livros e aparição de autoridades estaduais em algumas solenidades. (...)
Como o prazo para aceitação formal do convite encerrou-se na sexta-feira passada, dia 15 de maio, parece conveniente que nosso querido governador revele enfim a programação que definiu para a Literatura catarinense em Porto Alegre. Não há mais por que manter o mistério sobre o assunto.”
Vejo que a Câmara Riograndense tem a boa vontade de insistir em colocar à disposição dos escritores catarinenses um stande para irmos participar da Feira do Livro de Porto Alegre, mas nem a Câmara Catarinense (será que ela soube do convite e da homenagem?) nem o Estado (?) parecem ter o mínimo interesse de pelo menos repassar o convite. O Estado vizinho está oferecendo espaço para irmos lá mostrar nosso trabalho e os nossos digníssimos “representantes” parecem não dar a mínima importância. Será que ao menos responderam, recusando o convite? Como disse o Amilcar, estamos esperando a revelação.
E depois perguntam porque nosso estado não tem a tradição cultural que o vizinho estado gaúcho tem.
Francamente, Amorim, se não tivesse lido e sabido a fonte das informações, diria que isso não é verdade. Como pode alguém que se diz "representante do povo" e ocupa um cargo público ligado à cultura, "esquecer de divulgar" algo neste nível?
ResponderExcluirNão há mais como retroagir? Não há mais chances?
Parabéns pelo Blog, amigo. Mais um espaço para visitarmos e tomarmos conhecimento sobre o que se passa por lugares tão próximos e tão queridos como Santa Catarina.
abração,
Tania Melo