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domingo, 31 de maio de 2009

OS ESCRITORES E AS FEIRAS DO LIVRO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )


Fui entrevistado, recentemente, a respeito da eficácia e eficiência das feiras de livro. Temos duas em Florianópolis – uma em maio e outra no final do ano – não sei vai continuar assim, uma em Itajaí, outra em Joinville, também em Blumenau e em São Bento, Criciúma, Joaçaba, Balneário Camboriú, Jaraguá, Chapecó e por aí afora.
Não se nega, em absoluto, o mérito das feiras. Elas reúnem, em um só local, uma gama de opções quase infinita, para que o leitor possa encontrar o que procura e até o que não procura, isto é: existe a oportunidade de ampliar as preferências. Há também, quase sempre, um desconto padrão sobre o preço de capa, que nem sempre é correto, porque existem casos em que o preço da feira é o mesmo praticado nas livrarias fora dela. Mas mesmo assim o desconto existe, em alguns casos, e atrai, aumentando as vendas e o número de visitantes.
O que talvez não tenha sido discutido ainda e que foi levantado na entrevista é o benefício que a feira poderia trazer para o escritor novo e para o escritor que não tem livro publicado por editora. Sim, porque o autor que tem o seu livro publicado por editora não precisa se preocupar em como fazer para participar da feira, para encaixar o lançamento do seu livro em um estande, pois a casa que o publicou ou tem espaço no evento, ou está dividindo espaço com outrem.
Em algumas feiras existem os estandes cedidos para as associações culturais e/ou literárias ou academias, mas o escritor precisa fazer parte de uma das entidades agraciadas com o espaço para poder agendar o seu lançamento ou colocar seu livro em exposição. Na última feira do livro de Florianópolis, os escritores tiveram que fazer uma “vaquinha” para pagar o aluguel do estande, que foi cobrado pela Câmara Catarinense do Livro.
É claro que há a questão da qualidade do conteúdo, mas esta é uma discussão que já iniciamos em outra oportunidade. O que se está colocando em questão é o fato de que as feiras não estão significando uma oportunidade de colocação no mercado editorial para aquele escritor que publicou as suas expensas a sua obra.
Este é um ponto que deve ser repensado para que os novos ou “alternativos”, aqueles que fizeram uma edição própria do seu livro, tenham na feira uma opção de divulgação, uma oportunidade de se integrar ao meio, uma oportunidade de expor a sua obra. Eles poderão, assim, ter um retorno do público leitor quanto à aceitação ou não do seu trabalho.
Seria exigir demais de um evento dirigido a um mercado editorial constituído de editoras e livrarias com objetivo primordialmente comercial, que não teria interesse no sucesso dos “alternativos”?
É possível. Mas tenho visto a burocracia que impõe grandes dificuldades aos autores que não estão sob a tutela de alguma editora conhecida ou de renome para que consigam usufruir de um espaço na feira e gostaria que fosse diferente.
Porque para o leitor, excluindo-se o fato de que ele não terá, dessa forma, acesso aos novos que estão surgindo e entre os quais pode se revelar gente de talento, a eficácia da feira é satisfatória, pois ele pode encontrar lá quase tudo o que possa procurar.

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