Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
O Festival de Música de Santa Catarina, realizado em Jaraguá por duas semanas e meia, no final de janeiro e início de março, me lembraram porque gosto tanto de música clássica. Não pude ficar para ver todo o festival, assisti só à primeira semana, mas valeu a pena porque é um oportunidade única de se ouvir a boa música várias vezes ao dia e de graça.
Uma vez em Jaraguá, é claro que dei um pulo em Corupá, a minha Cidade das Cachoeiras, e não pude deixar de ligar o motivo pelo qual estava em Jaraguá com a minha terra natal. Ainda adolescente, fui aprender datilografia no Colégio São José, a segunda escola no centro da cidade naquela época, comandada por freiras. Naquele tempo não havia computador, então a gente precisava aprender a usar máquinas de escrever e, durante as aulas, as freiras rodavam discos de música clássica, para a gente ouvir enquanto praticava.
Então ouvíamos Mozart, Beethoven e, principalmente, Strauss. Lembro bem de Strauss porque acabei pedindo um disco dele emprestado para a freira e eu o ouvi dezenas de vezes. Dentre as centenas de CDs que tenho de música clássica, tenho também aquele, pois comprei o disco, mais tarde, já adulto, e o digitalizei. Trata-se de “Strauss Waltzes”, com a orquestra de Mantovani.
No início dos anos setenta, antes de deixar Corupá, Waldo de Los Rios gravou a Sinfonia n.40 de Mozart e foi sucesso de venda e execução em todo o mundo, um sinal de popularização da música erudita, uma mostra de que o grande público também poderia gostar da boa música. E me fez ver que não era nada fora do comum , tão jovem, gostar tanto daquele tipo de música.
E o Festival de Música de Santa Catarina prova que a história de que as pessoas, em geral, não gostam de música clássica, é mito. Os teatros do SCAR, em Jaraguá, e os outros palcos de várias cidades do norte catarinense estiveram lotados durante todo o decorrer do festival, assim como os palcos em vários pontos da cidade sede do Femus sempre atraíram enormes públicos.
De maneira que o berço da minha paixão pela música clássica também foi Corupá, a Vale das Águas aos pés da Serra do Mar. Obrigado às freiras do Colégio São José por me apresentarem a música de Strauss.
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