Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
A polêmica da compra de livros didáticos e infantis, sem
licitação e pelo dobro do preço, pela Prefeitura de Palhoça, não é uma coisa
nova. O caso foi denunciado neste dia 15
de março no começo da tarde e um pouco mais à tarde já existia, na internet, a
versão da “empresa” que vendeu a coleção – por que não foi comprado diretamente
da editora, para evitar “comissões”? A “justificativa” é de que, na verdade foram
vendidas duas coleções, não só uma. Então tá. O que não invalida o fato de que
não houve licitação.
A verdade é que compras milionárias feitas por prefeituras
como a de Florianópolis, já foram feitas, sem nenhum retorno para o grande
montante de dinheiro público dispendido, como o show do tenor italiano. Andréa
Bocelli foi contratado por mais de três milhões de reais, o show foi pago, mas
não aconteceu. Até hoje não sei se o dinheiro foi devolvido aos cofres
públicos.
Mas no campo da educação, a coisa foi escancarada no governo
anterior. A Secretaria da Educação de Santa Catarina comprou várias coleções
milionárias – quatro ou cinco – uma compra foi a do livro impróprio para os estudantes,
adquirido aos milhares, que foi retirado das escolas e teria sido distribuído
às bibliotecas municipais catarinenses. E outras coleções, como uma do sistema
escolar de São Paulo, que não tinha sequer um autor catarinense. E nunca
ninguém questionou nada. Havia licitação? O preço era apropriado? Os livros
eram necessários? Foram usados nas escolas?
Interessante que para fazer a manutenção das escolas, equipá-las,
pagar os professores, não havia dinheiro. É inegável que precisamos de bibliotecas
atualizadas em todas as escolas públicas, mas essa escolha unilateral do que
teria que ir para as bibliotecas municipais ou escolares não é um tanto
suspeita? São compradas coleções que não são o que as escolas realmente precisam
e, paralelamente, fica faltando atualização frequente das bibliotecas. Títulos
importantes e atuais não são comprados, porque não há verba.
Quando a educação vai ser tratada com respeito e quando o
dinheiro público vai ser empregado onde realmente importa?
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