Por
Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
O governo quer fazer mudanças no
atendimento à educação para crianças especiais e não é para
melhor. O novo texto do PNE – Plano Nacional de Educação, é
bastante confuso – coincidência? – visto a ambiguidade da meta
4: : "universalizar,
para a população de quatro a 17 anos, o atendimento escolar
aos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
preferencialmente, na rede regular de ensino, garantindo o
atendimento educacional especializado em classes, escolas ou
serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre
que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível sua integração nas classes comuns".
A
primeira versão do projeto de lei focava apenas na expansão
do atendimento escolar: "universalizar, para a população de
quatro a dezessete anos, o atendimento escolar aos
estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede
regular de ensino".
Antes,
o discurso era pela inclusão, pela assistência especializada
para crianças especiais. Agora, infelizmente, o governo quer
transferir a responsabilidade da educação especial para os
Estados e municípios, pois o fato de encaminhar as crianças
com necessidades especiais para a escola convencional
significa redução do repasse de verbas para as Apaes. A
partir de 2016, como prevê o texto, haverá um congelamento
de matrículas nas APAES para fins do cálculo para o repasse
do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica). Isso acarretará na demissão de funcionários e no
inevitável fechamento de muitas APAES em todo o país.
O novo texto prevê, é bom que se frise, que
as matrículas no ensino regular serão obrigatórias, e não mais
preferenciais, às crianças com deficiência, pois as APAES
perderão o status de educação básica e serão consideradas
apenas de educação complementar.
O
problema maior é que a escola regular, a escola pública,
aquela que atende as crianças que não são especiais, já não
está preparada para atender a demanda que deveria ser
normal. Faltam professores, as escolas estão caindo aos
pedaços, porque não têm manutenção, faltam equipamentos,
faltam escolas. Os professores não são qualificados, em
alguns casos – até porque a própria formação não é adequada,
pois é a continuação da educação falida de há bastante tempo
- nem para dar aula para os alunos ditos “normais”, quanto
mais para os especiais. Não são bem pagos, pois o ensino
fundamental é a fase mais importante da criança. Se ela for
bem ai, o resto será mais fácil.
Para
transferir a educação dos especiais para a escola regular, o
Ministério da Educação deveria primeiro pensar em um
programa de qualificação para todo o corpo docente. E ter
escolas em bom estado para suprir a necessidade dos alunos
não especiais e também os especiais. Mais: as escolas teriam
que ter adaptações para receber os alunos especiais.
Seria
engraçado se não fosse absurdo: o nosso “governo” faz
modificações irresponsáveis no nosso ensino, na nossa
educação, para dizer o mínimo, mas não prepara professores,
espaço e equipamentos para receber e colocar em prática o
que quer impor. Faz leis com textos confusos e ambíguos para
poder continuar com o processo de falência da educação
brasileira, para se livrar de “problemas”, agora incluindo
os estudantes especiais.
As crianças especiais
até podem ser matriculadas no ensino fundamental regular, mas
será que haverá estrutura para recebê-las? Sabemos a resposta,
infelizmente.
“IX CONCURSO PLÍNIO MOTTA DE POESIAS”
ResponderExcluirA Academia Machadense de Letras (Machado-MG / Brasil) comunica a realização em novembro de 2013 de seu IX Concurso de Poesias.
Para receber gratuitamente o regulamento em arquivo PDF, entre outras informações, favor informe um e-mail, ok?
Obs (PS): O tema é livre.
Maravilhosa sua matéria sobre o fechamento das APAEs. Esclarecedor!!
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