Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )
Hoje se encerra o Forum das Letras, promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, concebido com a intenção de promover o diálogo entre autor e público participante, além de valorizar a importância de Ouro Preto, cidade pela qual passaram ou viveram escritores de várias escolas ao longo da sua rica história cultural. Além de promover o contato entre adultos e autores, o Fórum das Letras orgulha-se de estimular a aproximação das crianças e o universo literário.
O evento, que iniciou em 29 de outubro, está na quinta edição e é um dos acontecimentos culturais mais importantes do país, ao lado da Flip. Dezenas de escritores, inclusive de outros países, participaram do Forum.
Em Maceió, começou no dia 30 de outubro e vai até 8 de novembro mais uma Bienal Internacional do livro de Alagoas, uma das mais importantes do país.
Dez países estarão participando da IV Bienal Internacional do Livro de Alagoas, difundido sua literatura e cultura: México, Peru, Costa Rica, Colômbia, Portugal, França, Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné Bissau; sendo a França o país homenageado, em comemoração ao Ano da França no Brasil. Já estão na cidade autores internacionais, como Ignacy Sachs (França), Ondjaki (Angola) e Juan Felipe Córdoba Restrepo (Colômbia). Autores nacionais como Ignácio de Loyola Brandão, Rubem Alves, Ana Paula Pedro, Celso Antunes e Maitê Proença também participam da Bienal, não somente para autógrafos, como também para palestras e momentos de bate-papo.
E no Rio Grande do Sul, começou a 55ª Feira do Livro de Porto Alegre, cujo estado convidado é Santa Catarina. Sobre a “seleção” de escritores catarinenses que foram à feira, já falamos bastante. Cedemos espaço, hoje, para a escritora Yedda Goulart para comentar a respeito:
“Já muitos dias são passados desde os acontecimentos que culminaram com a escolha de escritores catarinenses para representar Santa Catarina na 55ª Feira de Livros de Porto Alegre. Outros escritores já demonstraram sua insatisfação pela maneira como as coisas ocorrem em Santa Catarina.
Temos nos entristecido ao perceber como a nossa identidade cultural é ignorada no país, a não ser pela efetiva propaganda que favorece o turismo ao divulgar as belezas catarinenses que na verdade são obras da natureza, do artista maior que nos favoreceu com praias belíssimas, baías recortadas com tanto carinho, montanhas apontando o escultor que as criou, climas diversificados, etnias variadas, folclore riquíssimo, história e quantas riquezas mais.
Porém, quando se trata de prestigiar autores catarinenses , divulgá-los, estimular a produção regional para que cresça se aperfeiçoe estimulada por políticas públicas justas, democráticas, possibilitando pela divulgação dos projetos uma participação de todos os interessados, aí as coisas ficam complicadas e restritas.
Admiro o povo rio-grandense que divulga orgulhosamente suas belezas naturais assinalando desde uma simples cascata no meio do nada até a realização de 55 anos de feiras do livro.Mais de meio século de persistência e oportunidade para a cultura daquele Estado.
Recentemente, foram convidados escritores para representar Santa Catarina naquele tão importante evento, pela Câmara Riograndense do Livro.
E o que aconteceu?
O convite, recebido pelas instâncias superiores de nossa administração cultural, naturalmente divulgou exaustivamente tal convite possibilitando o engajamento de todos os interessados?
Que maravilha! Assim deveria ser!
No entanto, mais uma vez fomos surpreendidos pela notícia tardiamente divulgada, boca a boca ou deveria dizer ouvido a ouvido, em surdina, de que alguns escritores haviam sido escolhidos para representar nosso Estado.
Participamos de uma Associação de Literatura Infantil e Juvenil com representação em vários Estados brasileiros e contamos com muitos e talentosos escritores e ilustradores em Santa Catarina.
Um seminário de Literatura Infantil e Juvenil do Rio Grande do Sul, foi organizado para acontecer durante a Feira de Porto Alegre e poderíamos representar este segmento naquela ocasião.Fomos convidados por aquela Associação.
Seria ótimo que fôssemos unidos o bastante para que alguns autores da AEILIJ de Santa Catarina fossem incluídos na escolha oficial de nosso Estado.
Mas, pelo que se observa, apesar da exposição na mídia através de entrevistas, lançamentos, seminários, visitas em estabelecimentos de ensino fundamental e até superior, somos absolutamente desconhecidos.
Para esta divulgação não existe boca a boca, interesse, consideração.
Na verdade não é uma grande surpresa. Nem ficamos sabendo quando livros são analisados e escolhidos para distribuição nas escolas e bibliotecas do Estado.
. Só tomamos conhecimento pelo mesmo estilo de divulgação citado anteriormente, que tantos mil livros foram selecionados em mais de uma ocasião também neste ano em curso, sendo todos de autores de outros Estados Nada contra. Não desejamos exclusividade, muito menos segregação. Apenas consideração e divulgação justa e ampla.
Desejamos participar, somar, divulgar a criação catarinense.”
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