Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Poesia no Ônibus e livros nos terminais não são exclusividade de Florianópolis. No Rio de Janeiro, o Projeto Circulando Cultura colocou versos de poetas consagrados como Carlos Drummond de Andrade, Olavo Bilac, Cruz e Sousa e outros grandes nomes da poesia brasileira, em todos os ônibus que circulam por lá. Os poemas são colocados em cartazes que são afixados nos ônibus. A Academia Brasileira de Letras seleciona os poemas e quatrocentos cartazes são rodiziados a cada dois meses dentro dos ônibus.
Em Campinas, São Paulo, há o projeto “Leitura, a melhor viagem”, que disponibiliza livros aos usuários do transporte urbano em nove terminais. O acervo é composto de mais de 70 mil títulos, com tendência a aumentar, pois sempre há doação de empresas e de usuários. Os livros são dispostos em bancas, com agentes atendendo os usuários, que podem levar o livro gratuitamente. Nem todos devolvem, mas como sempre há doações, não há perigo de acervo acabar.
Em Brasília, existe o projeto “Parada Cultural”, que consiste em estantes de livros disponibilizados em 35 paradas de ônibus. Os usuários do transporte urbano podem ler enquanto esperam o ônibus ou levar o livro para casa e depois devolver. Há obras de vários gêneros e livros de qualidade, que são emprestados ao público numa média de mil volumes por mês, sem fichas nem controles. A devolução depende da consciência de cada um.
Também em Brasília, existe o projeto Cultura no Ônibus, iniciativa de um cobrador, que disponibiliza livros dentro dos ônibus, como uma biblioteca itinerante.
Como vemos, a idéia não é nem nova nem original, mas é muito bem-vinda, pois dá acesso ao livro a muito mais leitores, sem custo nenhum. E a comunidade ajuda a compor o acervo.
Em Florianópolis, também há poesia nos ônibus, há vários anos. Os cartazes com os poemas são pequenos, tamanho A4, mais ou menos, mas a poesia está lá, para quem quiser ler. E foi inaugurado, recentemente, o projeto Floripa Letrada, que colocou à disposição do público, nos terminais do Centro, Canasvieiras e Rio Tavares, livros e revistas. O projeto também aceita doações, mas não fica ninguém junto das estantes, de maneira que não gostei nada do que vi hoje. Desembarquei no terminal do Centro e prestei atenção na estante, que estava bem na plataforma na qual eu desembarquei. Havia apenas uns poucos livros bagunçados em cada “andar” da estante. O público da grande Florianópolis parece que não está muito apto a cuidar do projeto sem que haja um agente para coordenar e organizar. Uma pena.
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