Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Pois hoje começou a primavera, embora o tempo esteja terrível: chuva, trovoada, frio. Á tarde, o sol até fez uma aparição rápida, mas recolheu-se rapidinho e voltou a chover. Precisávamos muito de chuva, mas a verdade é que se continuar chovendo tanto, as orquídeas, que estão todas abertas, espetaculares, os ipês, esplendorosos, e outras flores acabarão caindo rapidinho, com o peso da água e porque apodrecem com tanta umidade. Uma pena.
Mas a primavera chegou, também, com dança. Hoje foi o dia da Nona Mostra de Dança do CEFID – Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da UDESC, que estava belíssima. Eu não podia perder, até porque minha filha Daniela é bailarina e participa de dois grupos de dança, então dançou duas coreografias, aliás três, porque ela participou também, no intervalo, da intervenção Cênica "Instalação do Programa: Nem sempre será assim..."
O espetáculo de abertura, a cargo da Cia. convidada, que era de dança contemporânea, foi um pouco longo. Em compensação, houve muita coisa boa: balé clássico, jazz, dança de rua, dança livre, dança de salão e até ginástica rítmica, por grupo da Udesc, que deu um show.
Algumas coisas me chamaram a atenção nesta edição da Mostra: esta foi a edição da dança contemporânea – a maioria dos grupos apresentou este gênero; três grupos de terceira idade se apresentaram com dança livre, arrancando muitos aplausos; o grupo de dança da APAE emocionou a platéia de novo, com sua desenvoltura, sua criatividade e dedicação à dança.
Outra detalhe foi a presença da poesia, provando que a integração da dança com esse gênero literário dá certo, e muito. Logo no espetáculo de abertura, apresentado pelo grupo convidado, lá estava ela, a poesia, até no título: “Linhas Poéticas”. Os bailarinos dançaram num palco cheio de livros – de poesia, presumo, pois em dois trechos do espetáculo eles declamaram, enquanto dançavam, vários poemas. Pena que eles não usavam microfones e a platéia quase não conseguiu ouvir o que eles declamaram.
No segundo ato, a coreografia “Três pequenos mundos de Léo” foi inspirada num poema meu. E a bailarina finaliza com a declamação de “Tempo”, que transcrevo abaixo. Dessa vez ela declamou em alto e bom som enquanto atravessava a platéia e todos puderam ouvir.
Valeu a pena. Primavera com dança, mesmo que chova, é muito bom.
TEMPO
Luiz Carlos Amorim
Olho pra trás,
tempos idos,
em busca de uma saudade.
Busco sonhos,
esperanças,
sorrisos,
e sentimentos.
Não estão lá,
no passado.
Nem é preciso catar
as migalhas de outros tempos.
Estão aqui, no presente,
bem presentes,
meus anseios e procuras:
você está aqui,
é o presente
e o futuro que eu preciso...
Dança, livros e flha tudo isso é motivo para comemorar. Começou a primavera com chve de ouro.
ResponderExcluirTempo. tempo. Tempo... Tempo rei... Agradeço por conhecer seus textos poéticos... Espero que venha logo o Tempo de conhecer você pessoalmente!!!!!
ResponderExcluirMUITAS GRAÇAS! Abraço de Duende:Hum.