Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
O inverno ainda não chegou, fez um ou dois dias de frio há alguns dias, mas o tempo está bem quente ainda. No entanto, já tivemos um dia, na semana passada, que foram pescadas 17 toneladas de tainha. Quer dizer que a tainha chegou antes do frio, quer dizer que o frio deve estar pintando por aí. A safra pode até não ser tão boa quanto a do ano passado, mas vamos esperar que o f rio chegue para ver quanto ainda vai ser pescado.
O inverno ainda não chegou, fez um ou dois dias de frio há alguns dias, mas o tempo está bem quente ainda. No entanto, já tivemos um dia, na semana passada, que foram pescadas 17 toneladas de tainha. Quer dizer que a tainha chegou antes do frio, quer dizer que o frio deve estar pintando por aí. A safra pode até não ser tão boa quanto a do ano passado, mas vamos esperar que o f rio chegue para ver quanto ainda vai ser pescado.
Comer tainha no final do outono e começo do inverno é tradição na grande Florianópolis, em Santa Catarina. É até atração turística. Tem gente que vem de longe para ver as montanhas de tainha nas diversas praias da nossa região. E não é para menos, o espetáculo é uma coisa linda de se ver e comer a tainha, além de saboroso, é preservar um costume que remonta de há muito tempo.
Eu, por exemplo, que nem sou ilhéu, sou lá do norte do estado, já comprei dezenas de tainhas e já fiz várias cambiras, já recheamos outro tanto delas, já comemos caldo e por aí afora. O que é cambira? Vou repetir: é a tainha escalada, salgada e secada ao sol. Depois de seca, a gente dessalga – aferventa, trocando a água umas duas vezes – e grelha ou frita para comer com pirão de água (farinha de mandioca com água fervente) – o que é uma delícia – ou com o que se preferir.
É um regalo (acho que nunca tinha usado essa palavra, antes). É muito bom mesmo. Queira Deus que a poluição do mar e a pesca indiscriminada de tainhas ovadas não diminua a incidência delas no nosso litoral. Porque inverno – ou prenúncio do inverno – sem tainha, pode ter o frio que for, mas não será a mesma coisa.
E o engraçado da coisa é que eu nem gostava de tainha. Eu só gostava daquele peixe feito cambira. Aprendi, com minha mãe, a comer o caldo de tainha, a tainha recheada, até a frita. É o nosso peixe mais tradicional. E é muito bom. É eclético, é versátil, é saboroso. E bonito.
Uma rede pejada de tainha é um dos cartões postais da Santa e bela Catarina.
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