Foi inaugurado, nestes meados de maio de 2013, mais um dos estádios
brasileiros, daqueles que estão sendo construídos ou reformados para a Copa do
Mundo e, depois, para as Olimpíadas, que também ocorrerá no Brasil.
Dona Dilma estava lá, inaugurando o estádio de Brasília,
dizendo que a entrega da obra, que custou mais de dois bilhões de reais, é uma
conquista do povo brasileiro, que juntos conseguimos fazer grandes coisas,
“apesar dos pessimistas de plantão”.
Pois as obras nos vários estádios que serão entregues para a
Fifa fazer a próxima Copa do Mundo, arrecadar a renda de tudo e ir-se embora
com os bolsos cheios, sem colaborar com um centavo para a preparação do evento,
com efeito, estão sendo pagas pelo povo, uma vez que é o dinheiro público que
está sendo usado para isso, dinheiro juntado com os altos impostos que pagamos.
Dinheiro para a saúde, para a educação, para a segurança,
que estão abandonados à própria falência, não há, no Brasil, nos últimos tempos
mais do que em outros tempos. Mas bilhões e bilhões para pagar estádios e
entrega-los à Fifa, para que ela junte todo o dinheiro que a Copa do Mundo vai
render e retirar-se do país mais rica, isso há.
E o povo, apesar de pagar as obras, é quem vai pagar os
ingressos para formar o bolo que a Fifa tirará do país.
Enquanto as escolas públicas caem aos pedaços, sem
manutenção e sem equipamentos para que os professores mal pagos ministrem as
aulas de primeiro e segundo graus para nossos filhos, enquanto os hospitais
deixam de atender os cidadãos brasileiros por falta de funcionários, de
médicos, de leitos e de equipamentos e eles morrem sem atendimento, sem
cirurgias e sem remédios, enquanto a segurança é cada vez mais precária porque
faltam policiais para estarem nas ruas, porque não há verba para admitir mais
recursos humanos, viaturas, etc., o país renova seus estádios com o dinheiro
público que deveria estar sendo direcionado para as tantas obras que precisam
ser feitas e ficam sendo adiadas. Isso sem falar em mobilidade, infraestrutura,
etc.
E nossa presidente enche a boca para dizer “somos capazes”
de realizar, sim, as obras nos estádios, dentro dos prazos. Isso tem
prioridade. E a educação, a saúde, a segurança?
Gostaria de parabenizá-lo pela crônica
ResponderExcluirBom dia, como vai!
ResponderExcluirMeu nome é Edna e sou professora de Língua Portuguesa. Leciono em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, conhecida como Carmo do Cajuru, mas moro em Divinópolis. Pois bem, recentemente iniciei nas turmas do 7º anos um trabalho com o gênero textual "CRÔNICAS". Por acaso, encontrei seu site e gostei dos textos, levei para a sala de aula, fiz a leitura e agora, tornou-se um hábito, todos os dias, eu e meus alunos degustamos seus textos e nos enchemos de interesse e conhecimento. Gostaria muito que você escrevesse uma crônica sobre a missão de "ser aluno nos dias atuais" e também gostaria que mandasse uma mensagem para os meus alunos em especial incentivando-os à leitura. Desde já meus agradecimentos.
Farei isso, professora Edna. Mande também seu endereço para eu mandar livros. Envie o endereço físico para o meu e-mail: lc.amorim@ig.com.br
ResponderExcluirGrande abraço para a senhora e seus alunos que eu já percebi que gostam de ler. Parabéns a eles e a senhora.
Amorim
Sábias palavras. Não vejo sentido em construir esses estádios, que são verdadeiros elefantes brancos e provavelmente irão ficar um ruínas após a copa. Não me surpreenderei se o Estado que gastar milhões para mantê-los ou doá-los para algum particular para assumir a manutenção. Infelizmente, esse governo manipula a massa da população com assistencialismo, e, embora negue, os episódios recentes envolvendo os milhões de dependentes do bolsa família mostra como é fácil manter-se no poder, explorando a miséria e ignorância da população. É contraditório que pessoas protestem contra um possível fim desse assistencialismo de cabresto disfarçado ao tempo que nada fazem enquanto morrem nas filas de hospitais esperando atendimento. Não encontram creches, escolas suficientes, não tem transporte público decente e nem segurança. Posso estar errado, mas estamos criando uma geração de desocupados, que não sentem estímulo para se qualificar, para ingressar no mercado de trabalho.
ResponderExcluir