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quarta-feira, 1 de julho de 2009

A GREVE INDUZIDA EM FLORIANÓPOLIS

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )

E os trabalhadores do transporte coletivo da grande Florianópolis entraram em greve novamente. Por que será? A Prefeitura e os empresários “cansaram” de negociar e deixaram para justiça julgar o dissídio. Só que o tempo vai passando e nem o TRT julga o dissídio para definir a situação e evitar as greves, nem os patrões e o poder público fazem uma proposta aceitável para os trabalhadores. Preferem que o trabalhador não tenha outra alternativa senão entrar em greve, porque assim a população que depende dos ônibus coloca a culpa nos motoristas e cobradores. Os usuários nunca culpam os empresários patrões, que posam de vítimas.
Florianópolis é a única cidade catarinense onde a prefeitura dá subsídio de quinhentos mil reais às empresas de ônibus que fazem o transporte urbano e mesmo assim é aqui que temos as passagens mais caras do Estado. Não é um absurdo? E, segundo declarações à Imprensa e outras mídias, as empresas só concordam em dar o aumento aos trabalhadores se a prefeitura dobrar o subsídio ou se aumentarem o preço das passagens. O cidadão paga duas vezes a passagem, pois além do preço pago na catraca, é ele quem paga o “subsídio”, pois esse dinheiro sai dos impostos pagos ao município.
Então que administração é essa? Como disse Moacir Pereira, hoje, na televisão, é um jogo de autoridades. Cada um quer mandar mais, que dar a última palavra: prefeitura, empresas, sindicatos. E o penalizado, como sempre, é o cidadão que fica a pé.
A prefeitura fala pelos cotovelos, “negocia”, mas no fim diz que “não pode fazer nada”. Será que essa bagunça fará bem ao julgamento do senhor prefeito na ação que será julgada hoje? Será que isso fará bem para as suas próximas candidaturas a governador ou senador, ou seja lá o que for? Eleitores, atentem.
O sindicato das empresas não mostra o menor interesse em cumprir a ordem judicial quanto à fazer funcionar cinqüenta por cento da frota nas horas de pico e não está preocupado com a multa diária, pois depois que tudo passa acaba sendo anistiado. E se metade dos ônibus circularem, a situação não será tão caótica e os passageiros não ficarão tão revoltados contra os trabalhadores, não é?
O Sindicato dos empregados não aceita a proposta apresentada pela prefeitura se as empresas não assinarem também, no que estão certos, pois greves foram suspensas com propostas que depois não foram cumpridas. E o Sindicato das Empresas não concorda com o aumento proposto se a prefeitura não lhes der o montante do reajuste. Fácil, não? O lucro com as passagens mais caras não pagam o reajuste salarial dos empregados.
Até os ônibus depredados são uma história mal contada nessa novela.
O que parece é que todo este auê está acontecendo apenas para aumentarem a passagem dos ônibus.

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