Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )
Falei recentemente dos concursos literários como oportunidade para os novos, falei do regionalismo que restringe a disseminação da literatura, falei das publicações literárias que já não existem mais como em outros tempos – poderíamos até colocar a culpa na internet, mas que meio de divulgação mais democrático e barato existe do que ela?
Eu estava pra voltar a falar de concursos, na verdade do Prêmio Cruz e Sousa, mais especificamente dos novos talentos literários aqui da terra que foram descobertos por ele.
Então, coincidência ou não, recebo e-mail de uma leitora do meu blog Crônica do Dia, a Thamires, em que ela me manda notícias do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura, que entregou, no dia 8 de julho, R$ 212.000,00 a quatro escritores brasileiros. Luiz Fernando Veríssimo, gaúcho, foi premiado pelo conjunto da obra. Na categoria Ficção, um mineiro foi o vencedor com um romance e na categoria Poesia quem ganhou foi um cearense. O quarto prêmio é o da categoria “Jovem Escritor Mineiro”, que financia a produção de uma obra, ou seja: o escritor recebe um “salário” durante seis meses para dedicação exclusiva ao trabalho de escrever seu livro.
Como já escrevi em outra crônica, grandes concursos como estes possibilitam a leitura e avaliação das obras por pessoas do meio, habilitadas para isso, trazendo à tona bons autores, que sem essa oportunidade ficariam no anonimato, com a obra engavetada.
O Prêmio Cruz e Souza, aqui em Santa Catarina, acabou de premiar seis escritores, desta vez autores de romances. O concurso tem duas categorias, nacional e estadual e três autores catarinenses terão seus livros publicados, além de receber prêmio em dinheiro. Um já era conhecido, mas outros dois são revelados com a concorrência no Cruz e Sousa, emergindo pelo seu talento.
Numa época em que é tão difícil um escritor conseguir editora que publique seu primeiro livro, o concurso é, talvez, a melhor maneira para conseguir reconhecimento e consequente publicação, se tiver valor, é claro.
Os jurados do Prêmio Cruz e Sousa indicaram para publicação, isto é, acharam que têm qualidade para irem à publico, dezenas de romances que concorreram, quase metade deles de Santa Catarina. Isso significa meio caminho andado para os autores, pois já têm avaliação positiva das suas obras e podem entregar às editoras os seus romances com aval de autoridades do ramo.
E assim acontece a renovação da literatura catarinense, a renovação da literatura brasileira. O Prêmio Cruz e Sousa, assim como Prêmio Governo de Minas Gerais, o Prêmio Cidade de Manaus e alguns outros, possibilitam, por pouco que seja, a projeção das obras além do Estado onde foram produzidas, além do regionalismo a que elas poderiam se restringir. E mais do que o prêmio em dinheiro, este é o maior prêmio que o novo autor pode desejar.
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