Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://br.geocities.com/prosapoesiaeica )
Vocês lembram daqueles jornais literários e ou suplementos culturais publicados por imprensas oficiais dos estados, fundações culturais dos municípios, academias literárias, etc? Não falo, claro, das publicações alternativas ou dos poucos espaços em jornais da iniciativa privada, ainda que alguns cadernos e suplementos de cultura e/ou literatura de grandes jornais também andassem pelo mesmo caminho.
Falo daquelas publicações oficiais, com textos quilométricos e nem sempre interessantes, com diagramação mal feita, via de regra, com blocos de texto maciços e grandes claros nas páginas, evidenciando mau aproveitamento de espaço. Os espaços não ocupados nas páginas, um desperdício imperdoável, davam a impressão de que tinham a função de fazer com que o material que ali estava publicado preenchesse o número de páginas da publicação.
Ainda existem alguns desses cadernos, por aí, dirigidos a intelectuais de carteirinha, mas lidos apenas por alguns deles ou pelos próprios autores dos textos ali publicados.
Felizmente, isso está mudando. Os jornais e suplementos de cultura estão ficando menos herméticos, menos “elitizados”, com apresentação mais elegante e diagramação mais enxuta, com textos mais objetivos, mais claros e concisos, sobre assuntos mais atuais e de interesse mais abrangente.
Não queria citar este ou aquele, mas o Suplemento Literário de Minas Gerais sempre ficou entre estes dois extremos, equilibrado, com artigos, crônicas, contos mais rápidos e textos mais alentados, mais intelectualizados, dirigido a um número mais específico, menor. Como exemplo de outro jornal da “cultura oficial”, não tão tradicional como o Suplemento de Minas, posso citar o “Ô Catarina”, da Fundação Catarinense de Cultura. Melhorou um pouco no último ano, preencheu os espaços em branco, os textos estão mais dinâmicos, embora precise diversificar o elenco de escribas, que é sempre o mesmo. E precisa de periodicidade, pois já faz algum tempo que não sai nenhum novo número.
Algumas publicações surgiram nos últimos tempos, com boa apresentação, bom conteúdo e boa vontade. Poucas, mas estão aí, resistindo. Não são publicações populares, mesmo porque estão num país onde ainda não se lê tanto quanto seria o ideal. Os leitores desses jornais e revistas oficiais ou “sérios” (os alternativos não são sérios?) são, na verdade, quase que exclusivamente os próprios escritores. Com exceções, é claro.
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