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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

OS LIVROS CATARINENSES SELECIONADOS PARA COMPRA PELO ESTADO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Eu não queria voltar ao assunto, mas tantas pessoas – escritores e não escritores - comentaram comigo, com certo descontentamento, o resultado da seleção de livros feita pela Cocali para distribuição às bibliotecas municipais do Estado, que trago de novo o tema à tona.
Na crônica que escrevi quando saiu a lista dos livros escolhidos, tive o cuidado de não criticar o que quer que fosse, apenas parabenizei a FCC e os contemplados. Só o fato de o Estado ter lançado este primeiro edital para comprar dez livros de autores catarinenses para distribuição às bibliotecas e assim fazer cumprir a Lei Grando, há tanto tempo promulgada e esquecida, já é um grande passo.
O que está sendo questionado é que quase metade (quatro) dos nomes que aparecem na lista de autores selecionados são alguns daqueles mesmos nomes já bem conhecidos, que vivem aqui na Grande Florianópolis, alguns quase sempre presentes nas coisas vinculadas ao Estado. Há, até, autor como Salim Miguel, escritor consagrado nacionalmente, que já teve livro seu selecionado para o Vestibular da UFSC e por isso já existem livros seus nas bibliotecas municipais.
Três dos contemplados são autores catarinenses, mas radicados em outros estados. Há dois ou três autores novos, um inclusive é um índio, Adão Karai T. Antunes, de Morro da Fumaça, uma revelação literária nesse Edital.
Não sei qual o critério usado para a escolha dos dez livros dentre os 172 (cento e setenta e dois) inscritos no Edital. A comissão da Cocali leu todos eles, ou houve algum que foi escolhido pela projeção do nome? Quero crer que os livros foram lidos, mas são cento e setenta e duas obras. Eu já fui júri de concurso literário e foi uma trabalheira ler três ou quatro dezenas de originais. E prazo da Cocali, para ler tudo, era curto.
Não estou colocando em dúvida o critério de escolha, mas tenho curiosidade de saber se todos os livros foram lidos de fato, na íntegra.
Uma boa coisa foi a declaração, no comunicado da FCC com o resultado do Edital, afirmando que “Devido à qualidade, alguns títulos não selecionados ficaram automaticamente inscritos para a próxima edição do edital, que será lançado até outubro deste ano.” É sinal que havia outras obras passíveis de serem selecionadas, obras que teriam tido a qualidade reconhecida com a leitura das mesmas, creio eu. Insisto que seria importante que se publicasse quais são essas obras, para que os autores delas não se inscrevessem com as mesmas no próximo edital.
Como disse minha amiga Fátima de Laguna e outros amigos de pontos diversos do Estado, a Fundação Catarinense de Cultura precisa divulgar autores de todos os pontos do Estado, sem privilegiar nenhuma região, diversificando sem perder de vista a qualidade literária, lógico, mas valorizando novos talentos.
E está de parabéns a Anita Pires, presidente da FCC, por ter cumprido a palavra de fazer valer a Lei Grando, publicando o Edital e comprando os livros.

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