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terça-feira, 28 de setembro de 2010

O SOFRIMENTO QUE NÃO DÓI NA GENTE

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Desde a manhã de domingo, quando quebrou a perna, um cavalo ficou sofrendo, ferido e sem nenhum cuidado, na chuva e dentro da água, em Tijucas. Ele teria se assustado com barulho e ao pular, fraturou a perna. O dono procurou ajuda, mas não conseguiu ninguém que fizesse alguma coisa pelo animal. Já era segunda-feira quando finalmente um veterinário da prefeitura de Tijucas foi ver o animal e orientou o dono a procurar outro veterinário para tirar o cavalo dali, levá-lo para um lugar coberto, longe da chuva e da lama.
Interessante que por todo esse tempo, mais de vinte e quatro horas, nenhum ser humano fez alguma coisa pelo animal. Um cachorro, no entanto, foi solidário com o cavalo e ficou ao seu lado todo o tempo. Não é irônico? Tanta gente que podia ajudar para que o animal não sofresse e um cão é que foi se solidarizar com o pobre infeliz.
Nessa hora, onde está Sociedade Protetora de Animais? Onde estão tantas outras ONGs, que se dizem ferrenhas defensoras dos animais, que fazem grandes auês na mídia, quando acontece algum caso fatal, que não pode mais ser revertido? Por que não apareceram para acudir o cavalo? Mais um pouco e ele teria morrido.
Queria que me esclarecessem. E não venham me dizer que não há ONGs ou associações de proteção ao animal em Tijucas, porque Florianópolis é perto. O Caso foi divulgado e as autoridades de Tijucas poderiam ter feito alguma coisa, pelo menos no sentido de contatar quem lida com a defesa dos bichos.
Cada vez mais confio menos nesses “defensores” dos animais. Parece que só querem aparecer na mídia para se promoverem. Confio muito mais no cidadão anônimo que acolhe animais abandonados, cuida deles e procura um lugar para eles viverem.
Nós, seres humanos, estamos ficando cada vez mais duros, mais insensíveis. Um animal, como vimos, é mais solidário do que nós. Infelizmente. Isso, definitivamente, não é bom.

4 comentários:

  1. Luiz, concordo com você quando questiona essas sociedades protetoras de animais. Na minha cidade, tem uma dessas, que só aparece quando os holofotes da mídia caem sobre ela. E buscam dinheiro público a mais não poder. Deram uma área de terras, deram a construção da tal entidade, deram isso e aquilo... e a tal entidade só faz pedir mais e mais. E, incrivelmente, só aparece quando as câmeras de TV são ligadas!
    Por isso te acompanho nesse questionamento: "Onde estão tantas outras ONGs, que se dizem ferrenhas defensoras dos animais, que fazem grandes auês na mídia, quando acontece algum caso fatal, que não pode mais ser revertido? Por que não apareceram para acudir o cavalo? Mais um pouco e ele teria morrido."

    Mais vale recolher um cãozinho na rua, bem quieto e anônimo...

    Beijos

    Carla

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  2. Pois então, Carla. É isso mesmo. Temos que cobrar a ação deles e do poder público.
    Grande abraço e seja bem-vinda ao blog.
    Grande abraço do Amorim

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  3. Meu cronista predileto, importante alerta esse seu. Lendo vários textos, diariamente, chego à conclusão que o ser humano perdeu completamente a sua tábua de valores e os animais, em seus intintos, estão se sobrepondo aos humanos, em verdadeira tábua de valores e de maneira notável. Eles talvez tenham evoluído, porém, com certeza, o ser humano involuiu, quer em valores, quer em instintos. Triste, porém real. Abraços e obrigada por suas visitas que tanto me alegram.

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  4. É verdade, Márcia, estamos perdendo a poesia, estamos endurecendo, estamos perdendo a humanidade. Por isso, poetas como você são tão importantes: a poesia é que pode alcançar e trazer de volta a emoção, a sensibilidade, o lirismo, a humanidade.
    Abraço do Amorim

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