Hoje não vou escrever nada, vou transcrever denúncia da escritora Urda Alice Klueger, que dizem ter levado para a Feira do livro de Ribeirão Preto, em São Paulo, no final de semana, só que eu estive com ela no domingo, em Blumenau, na casa dela, dia de uma das palestras agendadas na cidade paulista:
USARAM MEU NOME PARA ROUBAR O SEU DINHEIRO!!!
Ético confrade da Academia Catarinense de Letras (ACL) fez contato comigo a 29 de março deste ano de 2011 d.C., conforme segue abaixo:
Prezada Urda:
1. De 26 de maio a 05 de junho será realizada, em Ribeirão Preto, a 11ª Feira do Livro, sendo, entre outros, homenageado o Estado de Santa Catarina.
2. No dia 28, além de pronunciar palestra sobre “A Literatura Catarinense”, à tarde, após o discurso do Governador Colombo (...)
3. Indiquei o seu nome, a pedido do Secretário de Cultura, para compor uma lista dos escritores convidados (passagem, hotel e comidinha pagos).
4. Gostaria que me confirmasse o convite e eventual aceitação. Em caso positivo, é fundamental a escolha de um dia para lançamento de livros (funcionária da Secretaria de Cultura e Turismo manterá contato para adquiri-los das editoras), sem que haja coincidência.
Dei retorno, disse que ia, e o confrade me retornou dizendo que os organizadores manteriam contato para combinar os detalhes. Ainda bem que tenho uma vida ocupada até demais – já pensou se sou uma velhinha dessas que não têm muito o que fazer, e que talvez fosse fazer vestido novo para o evento, telefonar para os amigos lá da região de Ribeirão Preto marcando encontro, etc.? Minha vida hiper-ocupada não me deu tempo de ficar pensando no assunto, e como nunca ninguém fez o menor contato comigo nem combinou nenhum detalhe, o evento passou batido.
Foi só ontem, dia 07 de junho de 2011 d.C. – portanto, mais de dois meses depois – que comecei a me antenar para o fato de que havia algo errado. Uma ou outra pessoa se comunicou comigo para saber como tinha sido a Feira de Ribeirão Preto, pois tinha lido a respeito da minha ida para lá – ainda bem que existe São Google, infalível informador dos distraídos ou muito ocupados, e foi São Google quem me contou direitinho que eu tinha estado em Ribeirão Preto, na Feira do Livro, bem nos dias em que estava exatamente em Blumenau, cheinha de testemunhas que me viram, falaram comigo ou me visitaram naqueles dias.
Daí pergunto: se eu fui lá, devidamente noticiado pela imprensa do Estado de Santa Catarina, ao mesmo tempo em que estava aqui vendo, sendo vista e interagindo com as gentes daqui, será que sou um caso de dupla personalidade, produto de inexplicável magia ou algo assim? Como é que fui lá e sequer em sonhos consigo recordar tal coisa? Como se explica esta minha capacidade de estar cá e lá ao mesmo tempo? Duma coisa tenho certeza: não saí de Blumenau durante todos os dias da feira e da viagem dos escritores que foram. Como não acredito em alma do outro mundo e minha psicóloga me garante que não tenho dupla personalidade, alguém foi no meu lugar!
Estava certo eu ir? Estava. Sou uma escritora nascida no Estado de Santa Catarina, já publiquei 21 livros e mais umas 600 crônicas, além de artigos acadêmicos e outras e outras coisas – portanto, se Santa Catarina estava sendo homenageada literariamente, era correto eu ter ido representar o meu Estado e o meu povo. Como não fui sequer contatada para combinação de detalhes e depois se noticiou que fui, tal significa que, às custas do rico dinheiro público, alguém foi no meu lugar, e deve ter sido alguém sem o mesmo cacife que eu para representar o Estado, já que se escondeu no anonimato, escudou-se no meu nome para não fazer feio e sabe-se lá o que mais não fez por aí afora às custas do seu imposto, meu caro leitor coestaduano.
Viu só como é que some o suado dinheirinho que você recolhe aos cofres públicos? Sabe-se lá que esbórnias não fez lá em Ribeirão Preto o meu “fantasma”, aquele que era eu sem ser eu, aquele que não era eu, mas disseram que era. Garanto que aquele fantasma não era eu, mas alguém muito sem vergonha na cara que usou meu nome, alguém sem competência para usar a própria identidade para representar Santa Catarina, e que foi fazer turismo às custas do dinheirinho do trabalhador!
Posso ficar quieta? Não posso. Que as autoridades competentes me expliquem como é que o meu nome tem sido usado por aí em vão, para justificar despesinhas e despesonas de seus apaniguados!
Inacreditável! Faço coro à indignação da autora. E o cumprimento, prezado Luiz Carlos, pela divulgação dessa denúncia. Abraço.
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