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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O ESCRITOR E O ESTADO

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

O escritor catarinense - assim como muitos outros de outros estados brasileiros - é, antes de tudo, um forte. Forte e teimoso, pois além de não conseguir editora para publicar seu livro, nem aqui no nosso estado nem fora dele, quando consegue ter o livro pronto, fruto de recursos próprios ou algum patrocínio, também tão escasso, esbarra no fantasma da distribuição. E digo fantasma, porque ela não existe. Até mesmo as editoras tradicionais do estado têm dificuldade para distribuir e vender seus livros, imagine-se o escritor com sua edição própria.
É claro que o autor de edição própria se esforça, pega seu livro, coloca-o debaixo do braço e vai à luta, oferecer de porta em porta. Mas, por mais que consiga esgotar uma edição, o alcance do livro fica restrito a um círculo de amizade, um bairro, quando muito a uma cidade.
Para atenuar esse problema e fazer com que o escritor da terra seja conhecido e lido não só na sua cidade, mas pelo menos no Estado, o governador sancionou a lei número 8759, em 27 de julho de 1992, que dispõe sobre a aquisição de livros de autores catarinenses pelo estado, com a finalidade de integrar acervo das bibliotecas públicas municipais. A lei especifica, também, que em todos os casos, será considerada a qualidade da obra, qualidade esta que seria medida ou avaliada pela Comissão Catarinense do Livro.
Em 2009, finalmente, depois de quase vinte anos, a lei foi cumprida, com o lançamento do primeiro edital para seleção de dez livros de autores catarinenses para distribuição às bibliotecas municipais catarinenses. A escolha não foi bem o que se esperava, a maioria foi de autores de Florianópolis e 3 dos autores estão radicados há muito tempo fora do nosso estado, mas de qualquer maneira, a lei Grando começou a ser cumprida. Um novo edital deveria ter sido publicado ainda no final de 2009, mas deve sair este ano. Segundo a comissão de seleção, livros do primeiro edital, de boa qualidade, concorreriam também no segundo. Só que os livros que concorreriam automaticamente no segundo edital não foram especificados. Seria importante que isso fosse esclarecido, para que o autor não inscrevesse novamente o mesmo livro.
Outro senão é o fato de que o edital especificava o destino dos livros que os autores deveriam em
para a comissão de seleção, no ato da inscrição – nove exemplares – eles seriam encaminhados à Biblioteca Pública Estadual, incorporando-se ao seu acervo. Só que já faz quase meio ano desde o resultado do edital e até agora os livros não apareceram na Biblioteca.

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