Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Já comentei, em uma outra oportunidade, que criança rejuvenesce a gente. Lembrei disso, há algum tempo, quando participei da reunião da minha turma da faculdade e percebi o quanto é bom ver que a amizade é um sentimento verdadeiramente forte, que resiste ao tempo e não teme a distância.
Alguns dos formandos do curso de Letras daquele ano de 81, que parecia tão distante, eu não via quase que todos esses vinte e tantos anos. Não pude participar do primeiro encontro, porque havia viajado para participar de uma Bienal do Livro, no Rio, e foi realmente muito gratificante poder viver, finalmente, aquela tarde de reencontros.
Era visível nos rostos de todos nós, no brilho dos olhos de cada um, no sorriso, no riso e no abraço de um a um que chegava, a felicidade de estarmos juntos de novo. Não como nos tempos de faculdade – e isso me chamou a atenção – mas como amigos que se reencontram com toda uma vida para contar. Não foi um encontro para relembrar, apenas, tempos passados, mas para trocar as novidades de todas aquelas vidas. Família, carreira, viagens, filhos, até de aposentadoria falamos.
Percebi que, apesar da idade, não mudamos muito, a não ser na aparência: eu, por exemplo, acho que continuo o mesmo falastrão atrapalhado e desajeitado de outros tempos. A barba branca, os cabelos grisalhos e mais ralos, as rugas e o peso a mais parecem não ter muita importância. E isto me faz feliz, tão feliz quanto todos ali. E, frize-se, as marcas do tempo não apareceram muito em todos: a não ser por mim, talvez, ali estava uma gente muito bonita.
Alguém falou em energia positiva trazida por todos e em mágica, em encantamento, despertados em nós e que na verdade estava lá, dentro de cada um. Uma emoção que brilhava nos olhos de todos, uma constatação unânime, de que amadurecemos mas não envelhecemos, apesar de tantos mostrarem com orgulho as fotos dos filhos, estudando ou formados, com a vida encaminhada. Houve, até, quem mostrasse foto de neto.
Não é fantástico? Quanta vida para festejar!
Os contatos depois do encontro mostraram bem o saldo positivo: uma união mais forte e coesa, o desejo unânime de um reencontro sem deixar passar muito tempo – já completamos bodas de prata da formatura – e a manutenção do contato.
Podemos ser felizes. É só encontrar o caminho.
Como é que é? "Falastrão atrapalhado e desajeitado de outros tempos". Deixa disso! Esses reencontros são tudodebom.com.br. Às vezes me pergunto se meus filhos terão essa qualidade de amizade? Não sei não...Em tempos onde tudo é descartável e substituído com rapidez, os "colegas" se enquadram. Tento ensiná-los através da minha convivência com amigos da época de colégio. Vamos ver se consigo!
ResponderExcluirBeijuuss n.c.
Regina
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