Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Neste verão, tenho ido muito a Joinville, Corupá, Jaraguá, São Francisco do Sul e tenho visto o jacatirão nativo florescido nos morros, nas encostas, na beira das estradas, nas florestas, espalhando cor em todo o verde.
É um privilégio poder ver o mar para praticamente qualquer lado que se olhe, aqui em Florianópolis, mas meus olhos míopes se revitalizam, se iluminam com a visão de matas mesclando o verde com o vermelho, com o arvoredo todo pintado de cores que vão desde o branco até o vinho.
Tenho uma relação de amor e dor com o jacatirão. Quando perdi minha primeira filha, há bastante tempo, fazia poucos anos que eu tinha descoberto essa árvore grande e generosa, que se cobre de flores no final da primavera e fica esbanjando beleza até o final do verão, e me tornado admirador e divulgador dela. Então, quando estávamos indo sepultar minha menina, um raio de luz e cor conseguiu atravessar a névoa de dor que cobria meus olhos e eu vi as primeiras flores de jacatirão daquela temporada, numa árvore ao lado do cemitério.
Aí nasceu um pequeno/grande poema: pequeno no tamanho, mas grande no significado: “A primeira flor / de jacatirão / da primavera, / em outubro, / tem um nome: / saudade...”
A relação que temos, eu e o jacatirão, na verdade não é só de amor e dor, mas também de cumplicidade. Porque acho que ele veio me consolar numa hora em que eu precisava muito de luz para mostrar o caminho, mostrar o chão para seguir em frente, mostrar que havia esperança. Que a vida segue e que o tempo cura quase tudo, que a saudade vai se tornando companheira e a dor vai diminuindo, embora volte, às vezes, um pouquinho mais forte. Que a perda ensina a gente a valorizar mais o que se tem, ensina a amar mais e melhor a vida e nossos entes queridos.
Então gosto de falar do jacatirão, de todos os tipos de jacatirão: daquele nativo, que floresce no meio da mata, no verão, no nordeste da nossa Santa e bela Catarina, autêntica árvore de Natal, se enfeitando para o 25 de dezembro e a virada do ano - no final do verão ele floresce no Paraná, São Paulo e pelo Brasil afora; do jacatirão também chamado de quaresmeira, que floresce mais ao sul de Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e também por quase todo o país, na época da páscoa, com suas flores menores mas mais coloridas. E o do jacatirão de jardim, que chamam de manacá-da-serra e floresce no inverno.
Gosto de falar dele, enaltecer sua beleza, também para esclarecer o que diz o verbete correspondente a ele no dicionário Aurélio, que o descreve como uma árvore com “flores insignificantes”. Penso que a alusão é uma opinião pessoal e infeliz.
Você, leitor de qualquer parte do Brasil, que não sabe o que é o jacatirão, preste atenção se um dia viajar aqui para o sul ou para o sudeste: do final de outubro até fevereiro, em vários pontos da BR 101 e outras rodovias, você poderá ver as manchas vermelhas nas matas que ladeiam as estradas.
Neste verão, tenho ido muito a Joinville, Corupá, Jaraguá, São Francisco do Sul e tenho visto o jacatirão nativo florescido nos morros, nas encostas, na beira das estradas, nas florestas, espalhando cor em todo o verde.
É um privilégio poder ver o mar para praticamente qualquer lado que se olhe, aqui em Florianópolis, mas meus olhos míopes se revitalizam, se iluminam com a visão de matas mesclando o verde com o vermelho, com o arvoredo todo pintado de cores que vão desde o branco até o vinho.
Tenho uma relação de amor e dor com o jacatirão. Quando perdi minha primeira filha, há bastante tempo, fazia poucos anos que eu tinha descoberto essa árvore grande e generosa, que se cobre de flores no final da primavera e fica esbanjando beleza até o final do verão, e me tornado admirador e divulgador dela. Então, quando estávamos indo sepultar minha menina, um raio de luz e cor conseguiu atravessar a névoa de dor que cobria meus olhos e eu vi as primeiras flores de jacatirão daquela temporada, numa árvore ao lado do cemitério.
Aí nasceu um pequeno/grande poema: pequeno no tamanho, mas grande no significado: “A primeira flor / de jacatirão / da primavera, / em outubro, / tem um nome: / saudade...”
A relação que temos, eu e o jacatirão, na verdade não é só de amor e dor, mas também de cumplicidade. Porque acho que ele veio me consolar numa hora em que eu precisava muito de luz para mostrar o caminho, mostrar o chão para seguir em frente, mostrar que havia esperança. Que a vida segue e que o tempo cura quase tudo, que a saudade vai se tornando companheira e a dor vai diminuindo, embora volte, às vezes, um pouquinho mais forte. Que a perda ensina a gente a valorizar mais o que se tem, ensina a amar mais e melhor a vida e nossos entes queridos.
Então gosto de falar do jacatirão, de todos os tipos de jacatirão: daquele nativo, que floresce no meio da mata, no verão, no nordeste da nossa Santa e bela Catarina, autêntica árvore de Natal, se enfeitando para o 25 de dezembro e a virada do ano - no final do verão ele floresce no Paraná, São Paulo e pelo Brasil afora; do jacatirão também chamado de quaresmeira, que floresce mais ao sul de Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e também por quase todo o país, na época da páscoa, com suas flores menores mas mais coloridas. E o do jacatirão de jardim, que chamam de manacá-da-serra e floresce no inverno.
Gosto de falar dele, enaltecer sua beleza, também para esclarecer o que diz o verbete correspondente a ele no dicionário Aurélio, que o descreve como uma árvore com “flores insignificantes”. Penso que a alusão é uma opinião pessoal e infeliz.
Você, leitor de qualquer parte do Brasil, que não sabe o que é o jacatirão, preste atenção se um dia viajar aqui para o sul ou para o sudeste: do final de outubro até fevereiro, em vários pontos da BR 101 e outras rodovias, você poderá ver as manchas vermelhas nas matas que ladeiam as estradas.
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