Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com
As festas de final e início de ano tiveram, segundo foi divulgado, o maior índice de acidentes já registrados em nossas estradas. Foi nada mais nada menos do que 24% a mais do que no mesmo período do ano passado. O número de mortes também aumentou, consequentemente.
A justificativa, desta vez, foi a chuva. É claro que a chuva intensa tornou as estradas ainda mais perigosas e há também o aumento de fluxo de veículos e a imprudência de alguns motoristas.
Mas vi apenas uma menção, em um noticiário da televisão, a um ponto importante que passa batido e também tem um peso bastante grande no índice de acidentes: a chuva faz com que apareçam os erros de projeto de nossas estradas por esse Brasil afora. A chuva potencializa esses erros na construção das estradas e juntando todos os fatores de risco, resulta no que tivemos: um número de acidentes recorde.
Os erros de projeto – ou não cumprimento do projeto – são os mais diversos, desde os mais inocentes aos mais graves. Até a pessoa mais leiga pode ver, por exemplo, lugares nas pistas onde acumula água durante a chuva, fazendo com que os veículos percam a estabilidade facilmente. Ou então a inclinação que deve haver nas curvas da estrada, para que os veículos não saiam da pista, não está correto. Essa inclinação, que é chamada de “super elevação” pelos técnicos e engenheiros, tem que ser feita, obrigatoriamente, para dentro da curva. Ou seja, a inclinação para assegurar a estabilidade e não jogar o veículo para fora da estrada deve ser feita de fora para dentro.
E por aí afora, outros erros tornam as estradas mais perigosas. Estratégias das construtoras que tentam gastar menos para ter mais lucro?
A verdade que esses erros, aliados a outros fatores, acabam custando a vida de cidadãos que pagam caro para usar as estradas. E as estatísticas de acidentes aumentam assustadoramente.
Cobra-se pedágio em muitas rodovias brasileiras, e em alguns lugares os preços são absurdos, chegando a mais de dez reais, mas a manutenção não é o que deveria ser, não é o que deveríamos ter pelo que a gente paga.
Além dos buracos, esses erros de projeto deveriam ser corrigidos, deveríamos ter estradas de primeiro mundo, seguras e impecáveis, considerando o pedágio que pagamos, além de mais outros impostos.
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