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domingo, 22 de agosto de 2010

A VOZ DA POESIA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Fiquei sabendo hoje, com muito pesar, que o amigo e irmão Sólon Schill nos deixou. Radialista e escritor, foi produtor e apresentador de programas que divulgavam a poesia “de gente da terra da gente”, como dizia, no rádio catarinense. Tocava música popular brasileira da melhor qualidade e declamava poemas que os ouvintes lhe enviavam, assim como também de poetas consagrados. Recebeu centenas de poemas de poetas da região que as emissoras onde apresentava seus programas alcançava, rádios como Cultura e Colon, tantos que acabou fazendo uma seleção que resultou numa antologia. O livro foi publicado em 2003, pelas Edições A ILHA.
Então, além de publicar seus contos e poemas em revistas e jornais, em antologias como “Um Toque de Poesia”, A Nova Poesia do Norte Catarinense”, “Poesia Viva”, “A Nova Literatura Catarinense”, “Show das Dez em Tempo de Poesia”, e outras, organizou e publicou a antologia “Fim de Noite”, título adotado para o livro por ser o nome do seu mais popular programa da noite no rádio do norte catarinense.
Publicou um livro solo, também, na coleção Poesia Viva do Grupo A ILHA, uma seleção de poemas que saiu em 2007, com o título de “Dentro da Noite”.
A poesia de Sólon é romântica e sensual, sempre evocando a musa e a relação de paixão e sedução que envolve o seu relacionamento. Os contos pendem para o mistério policial.
Sólon publicou em vários jornais e revistas, também, e fez parte do Grupo Literário A ILHA logo que a sede do mesmo passou para Joinville. Foi um divulgador da literatura produzida na região e da cultura de um modo geral.
Santa Catarina perde uma das vozes mais bonitas e talvez o maior incentivador, divulgador e apoiador da poesia que o rádio já teve. O rádio, hoje, infelizmente, tem muito menos poesia.
Mas a poesia de Sólon permanecerá, imortal, para sempre. Como no poema abaixo:

No fim de noite eu te procuro
e te encontro em todas as ruas,
em todas as casas,
em cada passante;
no ressonar inocente da criança,
no sorriso cúmplice dos que amam,
na gota de saudade que rola na face.
No fim de noite eu te procuro
para te ofertar um pouco
daquilo que existe de melhor em mim.
Em toca, peço-te apenas
que me escutes,
para que juntos,
sejamos mais felizes
neste fim de noite...

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