Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Esta sexta foi dia de Camerata. Não agendei nenhum compromisso para hoje à noite e tomei o rumo do Teatro Pedro Ivo, lá o Office Park. Longe pra caramba. (O teatro do CIC continua fechado e não se sabe até quando). Mas valeu a pena.
A Camerata de Florianópolis, como sempre, impecável. E, de quebra, ainda tivemos a participação do coral Polyphonia Khoros, fantástico. Não vou nem falar da mania do pessoal que administra o teatro, de deixar o público entrar só minutos antes do espetáculo começar, porque de cara, ouvimos a Abertura da Ópera O Barbeiro de Sevilha, de Rossini, com a regência do maestro Jeferson Della Rocca. Que coisas fantástica, acho que não tinha ouvido uma execução tão esplendorosa do que a que ouvi hoje. Maravilhosa. Sabe aquela coisa de quando a gente não consegue ficar parado, a música vai entrando pelos ouvidos da gente, pelos poros, pelo olhar preso no movimento dos músicos, invade o cérebro, o coração, a alma da gente? Pois então. A obra do grande compositor arrebata a todos, mas mais a mim, atrevo-me a pensar, pois levito com a divina música.
Depois foi a vez de Divertimento Consertante para Contrabaixo e Orquestra, de Nino Rota, compositor que eu não conhecia ainda, confesso. E confesso também que não gostei dos solos de contrabaixo. Gosto imenso desse instrumento de corda, mas em conjunto com todo o resto da orquestra, em harmonia com todos os outros instrumentos. Aliás, heresia minha, cheguei à conclusão de que não gosto de solos. Acho que nem de piano. Gostei das partes da peça de Nino Rota quando todos tocavam juntos.
E pra terminar, tivemos “Fantasia “Coral” para Piano, Coro e Orquestra, de Beethoven. Gosto de quase tudo deste grande compositor e gostei dessa peça também, até dos solos de piano. Mas o ponto alto foi a participação do Coro Polyphonia Khoros, num pequeno trecho da peça. Que coral estupendo, que coisa fenomenal! E digo num pequeno trecho, porque infelizmente a participação do coral foi apenas em parte da música. Pela grandiosidade do Coral, fiquei desejando que eles tivessem cantando do começo ao fim da “Fantasia...” Preciso ficar de olho para não perder um possível espetáculo todo com esses cantores maravilhosos.
Então, não valeu a pena?
São poucas as cidades que podemter essas oportunidades de ouro. Desculpem-me os poetas, mas a música é a rainha das artes. Acho que é em parte, pela capacidade de alcançar as pessoas, mesmo que elas estejam desatentas. A página de um livro exige uma disposição especial de dar inteira atenção a ele.
ResponderExcluirMárcio Rodrigues