Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com/
Em minha casa separamos o lixo reciclável. O caminhão que pegava esse lixo diferente do lixo comum passava às quinta-feiras na nossa rua, e toca uma música que o caracterizava, então sabíamos quando estava passando e levávamos os sacos para entregar. Fazíamos isso porque, se deixarmos os sacos com lixo reciclável na calçada, os carroceiros ou catadores passam, abrem-nos e procuram somente o que lhes interessa, geralmente latinhas de bebida de alumínio, e espalham o resto pela rua, senão em frente da casa da gente, um pouco adiante.
Acontece que, de uns meses para cá, o caminhão do lixo reciclável não passa mais às quintas, passa às sextas e não faz ruído nenhum para se anunciar. E ainda por cima passa rápido.
Esse pouco caso com o lixo reciclável me lembrou do esforço para se acabar com as sacolas de plástico que a gente pega no supermercado, na feira, nas lojas, em todo lugar. Sacolas que a gente leva para casa e acaba usando como saco de lixo. Só que a tentativa de acabar com elas é justamente porque o plástico leva dezenas de anos para se decompor, por isso ele fica contaminando o solo por um tempo tão grande. E o meio ambiente já foi bastante agredido até aqui, prova disso é a revolta da natureza que temos presenciado tão frequentemente nos últimos tempos.
Então me pergunto: já existem os sacos feitos de plástico biodegradável, porque não se substitui de vez o plástico comum por esse plástico que se decompõe e não causa prejuízo nenhum à natureza? Teríamos que pagar dez, quinze, vinte centavos por sacola, mas o que é isso em vista da sobrevivência do ser humano neste nosso planeta Terra?
Que se disponibilizem sacos de plásticos biodegradável em supermercados, feiras, mercados, lojas, em todos os lugares, para que aquelas pessoas que não levam a sua sacola ecológicamente correta, de pano, de lona, etc., comprem os sacos que somem no solo sem causar nenhum dano.
Talvez, tendo que pagar, talvez passemos a ter mais cuidado com o nosso meio ambiente, tão fragilizado. Que todos nós tenhamos o bom senso de separar o plástico comum para que seja reciclado, para que fabriquem com ele, por exemplo, o papel de plástico, com o qual podemos fazer livros mais duráveis. Sem as sacolas plásticas para complicar o processamento do lixo comum, teremos menos problemas no nosso meio ambiente, pois o lixo comum das nossas cidades terá um processamento mais racional nos aterros sanitários.
Mais conscientização para proteger a Natureza - é disso que precisamos propagar aos quatro ventos.
ResponderExcluirAgora surgiu-me a dúvida - e este plástico biodegradável, chegando aos rios e mares, não afetaria as espécies aquáticas que se confundem na sua alimentação?
E será que este papel de plástico também não iria afetar o meio ambiente quando de seu descarte?
Já ouvi falar do caso de uma gráfica que processava numa ponta o saldo de uma edição para reciclagem do papel e na outra ponta imprimia o mesmo livro em nova edição...
Tem razão de ser a sua dúvida, meu amigo. O plástico biodegradável se decompõe rapidamente na natureza, ao contrário do plástico comum, que leva cem anos. O produto é fabricado de milho ou bagaço de cana e leva de 90 a 120 dias para se decompor, virando adubo depois da decomposição. Na fabricação dele é incluído um aditivo que acelera a sua decomposição. Mas se ele fou lançado a rios e ao mar, pode afetar a vida aquática, sim.
ResponderExcluirQuanto ao papel de plástico, se for jogado no lixo, como você exemplificou, vai demorar os cem anos do pacote plástico comum para se decompor. É que livro é uma coisa para ser perene, não é para se colocar no lixo, mas sabemos que isso acontece. Infelilzmente.
Obrigado por dar continuidade à discussão. Vou acrescentar essas informações à crônica.
Abraço do Amorim
Outra informação importante; sabia que aqui em Porto Alegre, atualmente, as garrafas PET são o produto mais procurado pelos catadores de lixo? Já existe uma indústria gaúcha fabricando "madeira" de plástico utilizada na confecção de móveis (cadeiras e mesas).
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