Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Li, recentemente, um artigo sobre literatura infantil que, apesar de ver o tema por um ângulo apenas, teve a minha adesão, ainda que apenas pelo que foi lembrado, não pelo que deixou de ser colocado.O enfoque do texto recaía sobre as fábulas e os contos infantis clássicos, como "Branca de Neve e os Sete Anões", "O Gato de Botas", "Joãozinho e Maria", "Barba Azul", os contos das mil e uma noites, etc.
O artigo chama a atenção sobre o fato de tais histórias ensinarem às crianças a mentira, a vingança, a trapaça, a deslealdade, o oportunismo, a hipocrisia, a corrupção, a inveja e outros vícios e defeitos execráveis do ser humano que os infantes podem levar para a idade adulta, pois eles são uma esponja que absorvem tudo, um disco rígido vazio pronto a gravar qualquer informação.Vou transcrever um dos exemplos dado pelo artigo para melhor compreensão: "A madrasta de Branca de Neve detesta a enteada, que é mais bonita do que ela. Manda, então, matá-la - isso mesmo, matá-la - por inveja. Não sendo obedecida na sua ordem, ela mesma, disfarçada em vendedora de maçãs, envenena-a."
O autor do texto, Carlos A. Vieira, defende uma revisão nessa literatura infantil, porque da maneira como é apresentada, não serve para a criança. Não são as fábulas histórias escritas para servirem de veículo de lições de moral e, conseqüentemente, ensinar algo bom e construtivo para ser utilizado na vida, para se crescer como ser humano?
O que discordei no texto foi a ausência de menção à literatura infantil brasileira, aquela produzida por Monteiro Lobato e, depois dele, por tantos outros bons autores. O articulista falou apenas da literatura infantil importada, com todas as suas más influências, quando temos no Brasil uma produção considerável e grande parte dela de boa qualidade. Verdade que existem os textos rebuscados, destoando da linguagem que se deve usar quando se escreve para criança, mas a maioria deles passa uma boa mensagem, em boas histórias com personagens originais e interessantes.
Tanto que a literatura infantil é o gênero mais vendido atualmente em nossas livrarias, em feiras e bienais e até em bancas de jornais. Isso é facilmente comprovável em pesquisas e estatísticas de livrarias, editoras e livreiros, publicadas em grandes revistas semanais.
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