Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Num dos últimos sábados, passeando pelo canais de TV para saber se havia alguma coisa assistível - coisa que eu não deveria estar fazendo, pois tenho muita coisa pra fazer, entre revistas a editar, livros para ler, páginas de sites para colocar no ar, crônicas a escrever - tive uma feliz surpresa. Encontrei um dos melhores programas da televisão brasileira de hoje e de ontem: encontrei Rolando Boldrin declamando e contando causos, valorizando a nossa música popular, o nosso folclore, as nossas raízes. Como ele já fazia há décadas no Som Brasil, que por alguns anos foi apresentado pela Globo, lá estava ele com o seus “causos” e suas modas de viola.Agora o nome do programa é Senhor Brasil, mas o formato é o mesmo, é o mesmo “Som Brasil” que o consagrou. Eu vi o programa na TV SESC, mas ele é produzido pela TV Cultura. Que boa notícia saber que este grande artista, este grande cantor e declamador que é Rolando Boldrin continua na caminhada, fazendo o que ele sabe fazer melhor.A televisão brasileira está mais rica com o programa Senhor Brasil. Que se divulgue pelo Brasil afora, para que todos os amantes da boa música, dos bons causos e da boa declamação, tão rara neste nosso país, saibam e assistam, para matar a saudade.
Para que as pessoas saibam como é declamar bem e assim, quem sabe, algum telespectador descubra que é também tem o dom e assim essa arte tão sublime e ameaçada de desaparecer ganhará continuidade.
Boldrin continua convidando grandes nomes da música popular brasileira, com o Milton Nascimento, que vi outro dia, e prestigiando valores regionais, mostrando as tradições e o folclore musical de várias partes do país.
O programa de Boldrin pode ser considerado, sem o menor favor, o melhor programa do gênero musical da TV.
Bom dia, Sr. Luiz Carlos Amorim!
ResponderExcluirSou Eloá Teles de Souza, 49, estava assistindo Senhor Brasil agora na TV Mix e resolvi procurar um poema declamado por Boldrin, mas não me lembro se era do Catulo da Paixão Cearense ou de Patativa do Assaré. Era um poema que relatava um "causo" de um moço muito ruim, que, entre outras maldades, judiava do pai, batendo nele até que o matou. Esse moço morreu (ou foi morto?), mas ninguém o quis enterrar. Seu corpo ficou jogado próximo de uma árvore, se decompôs e foi comido por urubus. Porém, seu coração não foi "aceito" nem pela decomposição, nem pelas aves. Um dia, o poeta (?), passando por ali, apiedou-se daquele coração excluído e chorou. Suas lágrimas lavaram o coração e ele conseguiu "ascender" ao céu (?). Bom! Tudo isso eu relatei porque gostaria de um favor, se puder - que, se souber, diga o nome do poema para eu copiar da internet ou pesquisar em algum livro.
Muito obrigada pela atenção.
eloadelvage@bol.com.br
Discurso de político matuto
ResponderExcluirPoeta Raimundo Nonato da silva
Meu zamigo eleitor
Eu sou fulano de tá
Me canidatei agora
Quero se parlamentar
Ói aqui o meu retrato
Bote eu como canidato
Na cambra municipá
Eu estou aqui pidino
Pra vocês vortar com eu
Sei que sou anafabeto
Como otos que não aprendeu
Como anafabeto eu noto
Que posso errar o meu vorto
Mais quero contar com seu
Isso já aconteceu
In ota eleição passada
Quem foi vortar com si mermo
Errou e só deu mancada
Pra não acontecer com eu
Tô pidino o vorto seu
Me ajude camarada
Se eu ganhar você ganha
Vorte comigo e descobre
Queu vô ser pai da pobreza
Mais mió do que os nobre
Mintire desse sufoco
Me ajude inrricar um poco
Que eu cansei de ser pobe
Tô contano com seu vorto
Meu zamigo e meu zirmão
Um pobe vorta é com oto
Veja bem preste atenão
Que eu suo o menos rim
Se vocês vortar in mim
Vou ser o menos ladrão
Como eu não tenho lição
Como otos que são letrados
Seu robar eu robo poco
Tavez robe mal robado
Pru que não sei robar bem
Como os puliticos que tem
Diploma e certificado
Vorte em mim só essa veis
Se eu errar vocês perdoi
Mermo seu vender vocês
Como quem se vende boi
Para o dotor deputado
Qui atrais de ser bem vortado
Vei pidir o meu apoi
Você e sua muié
O seu fie e sua fia
Vorte em mim miore a sorte
Minha e de minha famia
Vamo lá povão danado
Ajude um pobe coitado
Deixar de ser bóia-fria
Os oto tem cara lisa
Mais lisa do que garrafa
O prefeito roba o povo
E os sinvegonhe abafa
Eu digo com fé em Deus
Se vocês vortar com eu
Eu vou acabar a mafa
Pegue esse par de sandaia
Tome um saco de cimento
Que importa é eu ganhar
E agora é o momento
Infrento briga no murro
Quem vortar nos oto é borro
Se não quiser ser jumento
Seu ganhar do fruta doce
Não vô dar limão azedo
Reclamo os otos corrutos
Eu sou um home sem medo
Não faço o que otos fês
Eles botaro em vocês
Como o cão em meste afredo
Se eu errei no discurso
Descuipe o palavriado
Que anafabeto no fala
Bem como quem é foimado
Me perdoe se eu errei
Eu nem sei o que falei
Meu povo muito obrigado
Do poeta R Nonato
ResponderExcluirSe o povo conhecesse
O poder que tem na mão
Prefeito e governador
Presidente da nação
Ai está o segredo
O povo escolhia a dedo
Como quem cata feijão
Se muitos tivessem noção
Do poder que dão de graça
Diziam senhores políticos
Trabalhem e amostre raça
Ao eleitorado contemple
Que o poder não é pra sempre
Neste mundo tudo passa
Alexandre Magno foi
Mais famoso que Tarzan
Imperou no mundo todo
Conseguiu riqueza e fã
Hoje está com os mortais
Foi ontem e hoje não é mais
E nem será amanhã
Se muita gente soubesse
O valor que o voto tem
Aprenderiam votar
E não votariam em quem
Usa o pobre e abusa
Faz o bem pra meia dúzia
E pra todos não fazem o bem
Por isso eu peço aos senhores
Políticos desta cidade
Sejam políticos de todos
Procurem terem humildade
Seja humilde e moderno
Lembrem - se que só Deus é eterno
E o resto é vaidade
Eleitor que não se venda
Hoje é uma coisa rara
E o político corrupto
Que compra uma eleição cara
Pratica este mau costume
E ainda diz que é homem
Sem ter vergonha na cara
Na política brasileira
Hoje ninguém mais confia
Tem eleitor quer se vende
E por qualquer mixaria
O bobo não se defende
E o eleitor se vende
Igual a mercadoria
Existe democracia
Só no papel afinal
Tem eleitor sem caráter
E político sem moral
Onde falta inteligência
Quem vender a consciência
Ta sendo irracional
Houve um tempo que o político
Do Brasil tinha respeito
Não comprava o eleitor
Só com trabalho era eleito
Hoje existe até recompra
Um se vende e outro compra
E a força ganha o pleito
A lei que o político faz
Só favorece bandido
Só legisla em causa próprio
Seja de qualquer partido
Eu digo sem brincadeira
Na política brasileira
Tudo tem acontecido
O eleitor vira escravo
Sem alforria na mão
Político virou senhor
Da senzala de eleição
Sem quilombo eleitoral
Vejo eleitor se da mal
Algemados pé e mão
Todo cabo eleitoral
Comparo como um feitor
Faz do eleitor escravo
Vendo o rebanho ao senhor
Um mais caro outro barato
Vejo o capitão do mato
Capturando eleitor
Em Vierópoles um voto
É mil reais ou quinhentos
O povo gosta de telha
De caibro ripa e cimento
Já vi gente pedi carro
Aquém não tem um jumento
http://www.youtube.com/watch?v=g1HymNUm1zc gosto muito do programa sou um simples repentista violeiro componho algumas musicas e poemas sou fã de rolandro Boldrin
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=g1HymNUm1zc
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