Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Numa entrevista que fiz com a escritora e editora Urda Alice Klueger, há algum tempo, aproveitei para indagar dela como é a distribuição de livros neste nosso Brasil. Sabemos como é publicar o livro: produzir a obra, editar, vê-lo impresso. Mas a distribuição é alguma coisa complexa, que envolve marketing, competência editorial e conhecimento das tendências literárias. E Urda, à frente da Editora Hemisfério Sul, de Blumenau, há vários anos, nos diz que em todo este período que tem trabalhado para conseguir novos mercados para os seus livros, conseguiu colocá-los nas livrarias aqui do sul e sudeste. E na loja virtual da Saraiva e da Livraria Catarinense (ou Livrarias Curitiba), o que possibilita que qualquer pessoa em qualquer lugar possa comprá-los.
A maioria das editoras, como já sabemos, prefere publicar os best-sellers – livros que já fizeram “sucesso” em outros países, ou de autores consagrados, que têm venda garantida, às vezes até pelo nome. E o problema torna-se um círculo vicioso, pois para uma pequena ou média editora, a dificuldade de distribuição significa venda deficiente e isto acarreta falta de dinheiro, que por sua vez inviabiliza a publicação de novos títulos.
A situação não é isolada. Em recente matéria sobre a difícil tarefa de publicar livros, constatou-se que reeditar é ainda mais complicado, mesmo considerando-se que há livros importantes que estão esgotados há bastante tempo. As editoras catarinenses confessam não ter interesse em investir em uma política de reedição, pois acham difícil saber se haverá público para uma nova edição – o mesmo problema que acontece com o livro de um autor novo. Pior ainda se o gênero for literatura – conto, poesia, romance, etc. – a incógnita é muito maior do que se o livro for técnico, de Historia, esoterismo, auto-ajuda, reportagem, etc. A alegação é de que só vendem os títulos de autores consagrados e assuntos atuais na época da publicação do livro.
Poesia, segundo editoras e livreiros, não vende. Conto e crônica vendem pouco. Romance vende, se for assinado por autor de renome ou se for enlatado – o livro já chega aqui com toda uma campanha de divulgação feita pela mídia para despertar a curiosidade e induzir a compra. Se o leitor vai ler ou vai gostar, é outra história. O importante é comprar. O fato é que se procurarmos determinados livros de poesia, digamos, por exemplo, de Manuel Bandeira ou Cora Coralina, em qualquer livraria escolhida aleatoriamente, corremos o risco de não encontrá-lo. Então perguntamos: como vendermos um produto, se sem sempre o temos para oferecer?
Nós, os autores “alternativos”, que fazemos edições de mil ou dois mil exemplares de livros de poesia e de crônica, quase sempre por conta própria, conseguimos vendê-los, até com alguma rapidez. Algumas edições de mil exemplares esgotam em menos de um ano. Não se vende porque não se oferece ou não se oferece porque não se vende?
Existe luz no fim do túnel! Acredito e busco essa luz. Sou "escritor" e me é necessária essa crença... Se não acabo morrendo... caso queira conhecer: www.poraodogv.blogspot.com e www.visaosuburbana.com
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