Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Essa história de que toda escola deve ter uma biblioteca é velha. Foi assinada, no final do mês de maio, uma lei que determina que não pode haver, doravante, nenhuma escola sem a sua biblioteca. Só que isso já foi mencionado pela Lei do Livro, ou Política Nacional do Livro, assinada pelo presidente em 2003.
Naquela lei, consta que “o Poder Executivo deve implementar programas anuais para manutenção e atualização do acervo de bibliotecas públicas, universitárias e escolares, incluídas obras em Sistema Braille.” Manutenção e atualização esbarra sempre em “falta de verba”. Obras em braile, então, nem pensar.
Conta, também, que “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios consignarão, em seus respectivos orçamentos, verbas às bibliotecas para sua manutenção e aquisição de livros.” Como é comum no Brasil, a lei existe, mas o cumprimento...
Mas, agora, a lei é específica: toda escola deve ter a sua biblioteca. E não um cantinho com uma estante e alguns livros, não. É biblioteca, com acervo decente, com bibliotecário, tudo certinho como deve ser.
Só que o próprio poder público, logo em seguida à assinatura da lei, já vem com a desculpa que será difícil, demorado e dispendioso cumpri-la, pois será necessário construir 25 bibliotecas por dia até 2020.
Por essa previsão, podemos ver a imensa defasagem de bibliotecas nas escolas brasileiras. Vinte e cinco bibliotecas por dia, por 10 anos, é muita, mas muita biblioteca mesmo. A maioria das escolas neste país não tem biblioteca.
O déficit, no primeiro grau, é de noventa e três mil bibliotecas, a maioria em escolas públicas. Mas existe escola particular que também não tem. No ensino médio, a situação é um pouquinho melhor, mas também há muita escola de segundo grau que não tem a sua biblioteca.
Como ter uma educação de qualidade, se nossas escolas não têm bibliotecas? Que se cumpra a lei e que se comece a construir as 25 bibliotecas por dia, de preferência bem mais do que 25, para que não tenhamos que esperar até 2020 para que toda escola tenha seu acervo de livros.
E que nós, cidadãos das comunidades, cobremos isso do poder público, para que não leve bem mais do que o prazo que eles deram, o que é muito provável acontecer.
Interessante seu texto. Me ajudou muito a fazer minha carta argumentativa de reclamação como tarefa escolar.
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