Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Recebi, hoje, 18 de outubro, uma mensagem da Monsanto, questionando o artigo “Estão fechando o olho do consumidor”. No artigo eu mencionava a cartilha “O Olho do Consumidor”, publicada pelo Ministério da Agricultura em 2009. Ela deveria ter sido distribuída a toda a população brasileira com o objetivo de padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, esclarecendo o consumidor para que ele saiba escolher alimentos não contaminados e não modificados geneticamente. E passei adiante notícia de que os 620.000 (seiscentos e vinte mil) livretos impressos não foram distribuídos á população, porque a multinacional produtora de sementes transgênicas Monsanto havia entrado com um mandado de segurança, conseguindo uma liminar na justiça que impediu que a publicação chegasse até o público.
Pois a mensagem afirma que “não procedem os boatos de que a Monsanto teria entrado como uma ação judicial contra uma campanha educativa coordenada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) sobre os benefícios de alimentos livres de agrotóxicos. Que “conforme publicado no jornal Correio do Povo (RS), em 4 de agosto de 2009, por meio de assessores, o coordenador de Agroecologia, Rogério Dias, informou que não houve notificação ou comunicado contrário à campanha.”
E pediram para eu informar isso aos meus leitores. Pois aí está. Só que eu esperava que o Ministério da Agricultura se pronunciasse, dizendo se houve ou não houve a tal liminar. Porque o tal de Rogério Dias, que eu não sei quem é, dizendo que não houve notificação contra a campanha, não me diz nada. Ele fala pelo Ministério?
A verdade é que continuo tentando esclarecer o cidadão comum sobre o perigo do alimento transgênico. Tenha ou não existido a mão da Monsanto na distribuição ineficiente do livreto que tentava colocar alguma luz sobre o assunto. A verdade é que não conheço ninguém, nem amigos, nem pessoas da família – e olhe que minha família é enorme, tenho parentes em todos os estados do Sul e Sudeste – que tenham recebido a tal cartilha. Mas o tal de Rogério Dias teria afirmado que mais da metade da publicação já teria sido distribuída. Isso em 2009.
Transcrevo parte do artigo para aqueles que não sabem, ainda, o que são os trangênicos:
Nós sabemos que as frutas, legumes, verduras, sementes e toda sorte de alimento vegetal tem uma carga enorme de agrotóxicos: o Brasil é o país que aplica a maior quantidade de veneno nas plantas. Não sabemos, isto sim, o que é alimento transgênico, pois parece que não há nenhum interesse esclarecer a população.
Pois produtos transgênicos – ou Organismos Geneticamente Modificados – são organismos a cujas células foram adicionadas células de outros seres vivos, para que se tornem mais resistentes a pragas de insetos e para que se conservem mais facilmente. Acontece que experiências demonstram que a toxina BT do milho, por exemplo, polui os solos durante vários anos, e que as plantas geneticamente modificadas matam os insetos que as comem, e também matam as joaninhas que depois comeriam os insetos. Consequentemente, os ecossistemas ficam desestabilizados, pois o cultivo de plantas transgênicas pode, também, matar populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas.
Então, como vimos, uma técnica muito utilizada é a introdução de gene inseticida em plantas. Desta forma consegue-se que a própria planta possa produzir resistências a determinadas doenças da lavoura. Mas mata outros seres vivos também. E se mata insetos, para o ser humano não há prejuízo nenhum?
Não existem estudos, ainda sobre o efeito dos alimentos transgênicos no ser humano. E, no entanto, eles estão sendo cada vez mais produzidos.
O Brasil, infelizmente, vai na contramão do instinto de preservação do ser humano e, além de não proibir a produção de transgênicos até que tenham sido feitos estudos suficientes para que se saiba se eles podem ser consumidos pelo homem sem problemas, ainda impede que a população seja esclarecida sobre como escolher a sua alimentação, beneficiando uma grande empresa multinacional que vende sementes transgênicas.
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