Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
A lei que regula a compra de livros de autores catarinenses para distribuição às bibliotecas municipais em todo o Estado, foi cumprida uma única vez, desde a sua homologação, em 27 de julho de 1992, em 2009. Apesar de cobrado sobre o descaso à lei, o governo apenas vai empurrando a solução para mais tarde, evidenciando a falta de vontade de cumprir o que ele mesmo estipulou.
A União Brasileira de Escritores, enquanto presidida pelo escritor Enéas Athanázio, questionou formalmente o Estado, mas a desculpa, a mesma de sempre, foi de que não havia verba para tal investimento. E a promessa de que num próximo orçamento a lei seria lembrada foi cumprida, mas apenas uma única vez, na gestão de Anita Pires à frente da Fundação Catarinense de Cultura.
Não é de hoje que a classe tenta apoio oficial à literatura regional. Várias cartas foram tiradas em congressos e encontros de escritores aqui em Santa Catarina, por exemplo, que se sucederam ano após ano, enumerando reivindicações que não foram atendidas e pouco ou nada mudou.
Sempre em defesa do princípio da liberdade de expressão, sem qualquer forma de restrição, para que não haja atrelamento, para que não se cobre “literatura” de encomenda, em troca de algum benefício, pediu-se e pede-se a valorização da obra literária; o estudo da literatura local no primeiro e segundo graus, paralelo ao estudo da literatura brasileira, estimulando a integração autor/escola e escritor/leitor, com a presença dos produtores literários nas salas de aula para o debate e divulgação de suas obras; no caso de nosso Estado, a ação da Comissão Catarinense do Livro, no sentido de viabilizar a lei 8759, comprando, publicando e distribuindo a obra de autores catarinenses.
E quando se diz autores catarinenses, não se quer dizer este ou aquele figurão, integrante da “panelinha” de sempre, que têm seus livros publicados apenas para engordar currículos – livros às vezes sem nenhum valor literário, que acabam encalhados em porões de repartições públicas.
Falamos daqueles escritores que estão atuando, produzindo, publicando seus livros não raro às próprias custas, promovendo e agitando a cultura e as letras, projetando o estado por todo o Brasil, ao colaborar com jornais, revistas e sites por todo o país e até no exterior.
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