Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Os turistas que vêm para o verão em Santa Catarina, pela BR 101, têm um espetáculo de luz e cor incomparável: as duas margens da estrada, derramando flores e cores sobre os passantes, qual uma alameda enfeitada para receber os visitantes. Cidades como Joinville, São Francisco do Sul, Jaraguá do Sul, Corupá e tantas outras são privilegiadas, por terem seus acessos ladeados pelas flores da grande e majestosa árvore, tão generosa a oferecer essa festa brilhante de vida. Elas começam a florescer no final de outubro, começo de novembro e vão até janeiro, fevereiro, anunciando o verão, enfeitando o Natal e colorindo a entrada dos novos anos. Em janeiro, os jacatirões nativos começam a florescer no Paraná, em São Paulo e outros Estados, e o espetáculo se transfere, enchendo de matizes vermelhos as matas cortadas pelas estradas tantas, como a que leva a Santos, por exemplo.
É a natureza, pródiga, a nos presentear com suas obras mais belas, apesar de cuidarmos tão pouco dela. Nós, homens, continuamos desmatando, cortando árvores indiscriminadamente. Ainda se cortam pés de jacatirão para se fazer lenha. Haverá crime maior do que esse? Queimar a árvore que é um dos arautos da natureza, o enfeite natural de nossos natais, a flor que anuncia o ano novo...
Há quem, felizmente, faça o caminho inverso. Planta o jacatirão no jardim de sua casa, onde pode admirá-lo e cuidar dele ao mesmo tempo. Ou então colhe as suas sementes, depois da florada, para espalhá-las nas regiões aonde ele ainda não chegou.
Algumas pessoas sequer enxergam as vibrantes árvores floridas de jacatirão, desde meados da primavera até quase o fim do verão. Não que tenham problemas visuais – elas não dão nenhuma importância ao belíssimo fenômeno da mãe natureza que é a profusão de flores por todos os lados. Já disse antes, mas vale repetir o que Cecília Meirelles escreveu, com maestria e propriedade, em “A Arte de Ser Feliz”: “é preciso olhar e ver”. Às vezes, apenas olhamos, mas não vemos. Se você não viu ainda, olhe para o alto, para os lados, para as matas, para as alamedas, para os morros, para as margens dos caminhos, dos rios, das lagoas e veja: elas estão lá, singelas, humildes, mas majestosas e iluminadas. São elas que dão as boas vindas aos novos anos que se iniciam, colorindo-os com suas cores, lembrando-nos que a vida é o maior presente que podemos ter.
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