Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
O Ministério da Educação homologou, no início deste ano, novas diretrizes curriculares para o ensino médio. São 23 artigos que ocupam 50 páginas, que “sugerem” às escolas que enquadrem seus currículos em quatro dimensões: trabalho, ciência, tecnologia e cultura, mas sem desobedecer a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, onde estão fixadas as disciplinas obrigatórias. Aí a coisa já fica um tanto quanto redundante: se as matérias obrigatórias têm de ser observadas, porque inventaram as tais dimensões? Essas matérias obrigatórias já deveriam estar enquadradas nessas quatro dimensões aventadas nas novas diretrizes.
Fui procurar na Lei de Diretrizes e bases da Educação, no site do MEC, a relação das tais disciplinas obrigatórias e não encontrei. Tive que juntar cacos lá e cá, mais as disciplinas mais recentes incluídas pelo Mec, como Sociologia, Filosofia e História Geral, para chegar às treze finais: as três já citadas, mais Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Literatura, Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia, Educação Física.
As novas diretrizes querem deixar a escola mais atraente para os estudantes, com a ideia de inserir conteúdos relacionados às quatro dimensões inventadas. De novo: como inserir conteúdo se já existem as treze disciplinas obrigatórias? Será que o MEC quer que as escolas aumentem as disciplinas do currículo?
Seria absurdo, já que muitas escolas não conseguem dar nem todas aquelas disciplinas que são obrigatórias.
As “novas” diretrizes podem ser muito bonitinhas e ter boas intenções, mas é só palavreado, infelizmente não vai melhorar em nada o ensino médio que, como os outros, fundamental e superior, estão cada vez piores no Brasil.
A educação brasileira precisa de mais atenção, de mais planejamento, de estrutura, de renovação. Sem o que a falência para a qual ela está sendo encaminhada, não é de hoje, é inevitável.
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