Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
E o impasse continua. A nova lei de Direitos Autorais, projeto do Ministério da Cultura que vem se arrastando há anos, volta à baila, agora não mais se atendo à música, como aconteceu há até bem pouco tempo, mas focando a literatura.
A legislação vigente é de 1998 e protege os textos de obras literárias, científicas, conferências, sermões, ilustrações, cartas geográficas, músicas, desenhos, pinturas, esculturas e arte cinética. Não é possível fazer cópias de livros inteiros, apenas capítulos ou páginas, o que não é respeitado, evidentemente, porque os livros que os universitários precisam são muito caros, por exemplo.
A nova proposta da lei de Direitos Autorais, elaborada pelo MinC, já foi disponibilizada à consulta pública, mas está encalhada no Congresso, que precisa aprová-la para passar a valer. Esta nova versão da lei prevê a possibilidade de cópia do livro na íntegra, para “uso privado”, ou seja, a duplicação de uma obra para estudo será legal.
A pirataria não chegou aos livros, ainda, aqui no Brasil, mas a lei pode provocar a sua aparição, temem editores e livreiros. É bem verdade que os livros, por aqui, são muito caros, que nem todo estudante pode comprá-los, mas a pirataria de obras literárias não seria nada bom para os autores brasileiros, que já ganham parcos 10 por cento pelo seu trabalho.
Pirataria de livros, para quem não sabe, é a produção de livros – impressão em fac-simile, digamos assim – para ser vendida como se vende os DVDs de filmes, exemplo. Em outros países isso já existe.
Então finalmente o foco recaiu sobre os livros, mas não há muita esperança de que o estado de coisas atuais mude alguma coisa. A verdade é que a versão digital dos livros – e-books, textos jornalísticos, etc – não foi contemplada na nova lei.
E o livro digital é uma realidade, queiramos ou não. O livro impresso, como conhecemos até agora vai continuar, ainda, por muito tempo, mas o livro eletrônico está conquistando espaço. De maneira que deveria ser contemplado, também, nessa nova Lei de Direitos Autorais, tão polêmica e tão inócua, antes mesmo de começar a valer.
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