Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Numa crônica anterior, “Ilhas de Sol”, falei da minha preocupação com o ipê com o qual cruzo quase todos os dias, segundo sol da minha rua. Ela estava demorando a florescer, temia até que não florescesse mais.
Pois ele floresceu. Só agora, quase fim de outubro. Eu o vi hoje, e não fiquei feliz com a sua florescência. É que apenas alguns galhos de baixo desabrocharam poucas flores, pequenos raios de sol da minha árvore outrora resplandescente. Percebi que ela está morrendo. Muitos galhos já estão secos, confirmando as minhas piores suspeitas. No próximo ano, não teremos mais o nosso segundo sol brilhando na nossa rua.
Isso me lembra uma outra amiga árvore, da qual eu não sabia o nome, perto do apartamento onde eu morava, em São José. Dava cachos de flores rosadas com amarelo, parecidas com ipê, mas não era ipê. Num belo dia, quando já tinha mudado do apartamento que ficava perto dela, fui visitá-la, pois era época de sua florescência, e não a encontrei. Tinham-na cortado.
Recentemente, no inverno passado, quando a árvore chamada jacatirão (manacá-da-serra) substitui suas folhas por incontáveis flores muito coloridas, vi três dos cinco grandes e belos pés de jacatirões que existem num supermercado aqui perto morrerem. Dois deles já estavam secos e um terceiro floresceu só da metade para cima, pois os galhos de baixo já estavam secos.
Como já disse em outra oportunidade, não devo mais me apaixonar pelas minhas amigas árvores, pois de repente acontece alguma coisa com elas, de repente elas são arrancadas de mim.
Já mencionei isso em outro texto, mas volto a dizê-lo porque um aluno de uma escola que estudou minha obra, ao ler a crônica, achou que eu era meio maluco por me considerar amigo de árvores. Achei engraçado a sinceridade dele e até concordo com ele, talvez seja maluquice.
Mas árvores e flores são natureza, nós também somos filhos da natureza, irmãos gêmeos das árvores. Como não me afeiçoar a elas?
Luiz Carlos,
ResponderExcluirEstou descobrindo aos poucos meu amor pelas árvores. Tenho-as em meu quintal! Inclusive o meu próprio pé-de-laranja-lima. Meu próprio pé-de-café! Ipês, primaveras, e tudo mais. Minhas árvores.
Amo-as. São lindas. Como são também as que vejo e converso ao longo do meu dia.
Beijo
Carla
Que bom saber que você se parece comigo também neste ponto, Carla.
ResponderExcluirAbraço do Amorim
Bom dia Luiz,
ResponderExcluirGostaria de baixar em download, como façow
Obrigada.
Rubiane Angelotti
Bom dia Luiz,
ResponderExcluirGostaria de baixar em download, como façow
Obrigada.
Rubiane Angelotti