Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Há pouco tempo atrás, fomos visitar um parque, na ilha, quase um jardim botânico, com muito verde, árvores dos mais diferentes tipos, com indicação dos nomes, lago com patos, marrecos, peixes, cágados, etc, trilhas para caminhar, etc. etc. Os etcéteras incluem espaços e brinquedos para crianças, razão porque levamos Gabriel, meu sobrinho.
O lugar é lindão, amplo, bem cuidado. Dentre as árvores, não posso deixar de falar de um pé de pau-brasil, que nem eu conhecia pessoalmente. Um tipo de árvore frutífera que tem em todo canto do parque é araçá. São árvores jovens, cheias de flores e quando os frutos começarem a amadurecer, vai ser uma festa. Quero estar lá. Se bem que tenho meus pés de araçá "grande" jardim da minha casa, que produz duas vezes por ano e não cresce muito.
Não tenho uma experiência muito boa com árvores em vasos, pois no começo do verão comprei um pé de jacatirão e plantei em um vaso grande, mas por mais que eu o regasse todo dia, ele acabou morrendo. Penso que o sol foi muito forte, mas tentei de novo e agora tenho dois: um no vaso e um na terra.
Mas voltando ao parque ecológico do Córrego Grande, caminhamos pela trilha, fizemos um pouquinho de tai-chi com o professor oriental que leva para lá, todo domingo de manhã, um grupo de quase cinquenta pessoas para praticar essa arte milenar que mantém saudável nosso corpo e nossa alma e colhemos goiabas – até um coelho comeu goiaba – e gostou.
Gabriel, por sua vez, brincou nos balanços, andou nos brinquedões – aqueles brinquedos enormes de madeira, com escada, escorregador, pontes e mais algumas coisas das quais não lembro, e foi para a beira do lago dar pedacinhos de pão para os peixes, patos, marrecos, gansos, cágados (ele chama de tartarugas), pombos. Hoje não vimos as garças que estão sempre por lá. Todos eles, a não ser os pombos, ficam na água, além do deque que fica na beirada do lago. Mas um pato, esperto, veio pelo lado contrário, por terra, para comer o pão que dávamos para os pombos e que não era tão disputado como aquele que a gente jogava na água. Uma criança correu atrás dele e ele subiu na cerca à beira do deque. Parecia meio indeciso sobre se pulava na água ou não, mas as crianças avançaram para ele e ele voou. Mas, para surpresa nossa, ele não pulou na água. Voou até a outra beirada, uns cinqüenta metros mais ou menos, e nem sequer molhou os pés.
Rimos muito com o pato que não gostava de água e decidi que preciso escrever uma história sobre esse pato singular. Daria um bom livro infantil: o pato que tinha medo de água. Não é interessante como os assuntos para a gente escrever aparecem assim, de repente, sem esperarmos? Não sei se dá para chamar isso de inspiração, mas rendeu a crônica e mais o meu segundo livro infantil. Espero que tenham ficado bons.
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