Hoje estava me preparando para um grande dia, a entrega do Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense ao nosso grande e querido escritor Júlio de Queiroz. Então fui procurar no correio e na internet o endereço e horário certinhos para não me atrasar. Aí descubro, constrangido, que a sessão solene na Câmara de Vereadores de Florianópolis em homenagem a esse importante ícone da literatura catarinense, pela Academia Desterrense de Letras, foi ontem.
Estou muito decepcionado comigo mesmo, pois não sei porque achava que a entrega do prêmio a esse importante escritor que é Júlio de Queiroz seria hoje. Eu não poderia deixar de compartilhar com esse grande amigo um dia tão importante, quando a Academia Desterrense de Letras dedica a sua homenagem a ele.
Aliás, Júlio merece esse reconhecimento não só pela sua obra, que é magnífica, mas também pela pessoa humana, carismática e amável que ele é. É difícil, senão impossível, conhecer Júlio de Queiroz e não gostar dele. Urda Alice Klueger me falava dele e eu ficava pensando se ela não exagerava. Mas depois que o conheci, percebi que ela tinha toda a razão. Júlio é aquela criatura solidária que emana paz, serenidade, amizade. A gente o conhece hoje e parece que o conheceu a vida inteira.
Eu já o comparei a Quintana. Eu gosto dos dois, não sei ainda se Júlio gosta de Quintana, mas a mansidão, a serenidade, a boa acolhida que dá à gente me lembram Quintana. Nunca me encontrei com Quintana, mas pelos testemunhos que tive de pessoas que o conheceram, penso que ele seria um pouco assim como Júlio. E também pela obra. A obra de Júlio é consistente, é profunda, é prazerosa de ser lida, mas não é uma coisa que se lê e que se esquece. A literatura de Júlio tem conteúdo, é objetiva, tem estilo e faz a gente refletir, pode provocar até mudanças na gente. Tanto a prosa quanto a poesia de Júlio vão permanecer por muito e muito tempo, como a de Quintana, porque estão sempre atuais e porque mechem com a emoção, com o sentimento, com a sensibilidade de cada um de nós.
Por tudo isso e muito mais não vou me perdoar ter errado o dia da homenagem ao grande escritor e amigo, por não ter ido abraçá-lo no seu dia. Parabéns, mestre. Minha falha é imperdoável, mas eu sei que havia lá muita gente que o abraçou e o festejou como merece. Minha admiração e minha gratidão por todo o apoio que tenho recebido, em tão pouco tempo que o conheço.
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