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domingo, 24 de junho de 2012

AUDIOLIVROS NO BRASIL

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/



Em recente crônica, falei sobre a adoção do audiolivro por muitos leitores sem problemas visuais. Pela comodidade de consumir literatura enquanto se faz coisas como dirigir, caminhar, etc., ouvir livros vai se tornando cada vez mais popular, pois tempo é uma coisa que não temos sobrando.

Não entrei em detalhes, mas a verdade é que esse é um nicho interessante para as grandes editoras, que já têm, a maioria delas, um departamento que cuida só de audiolivros, assim como algumas já estão se dedicando também ao livro eletrônico. Então estamos percebendo que é um grande negócio, pois mais e mais títulos estão sendo disponibilizados, novas editoras especializadas nesta modalidade de publicação estão surgindo e novos empregos, também, pois o uso da voz não é mais exclusivo do rádio, da televisão, das dublagens. A gravação de audiolivros está se tornando um grande filão para atores e locutores, que agora descobrem também um mercado em ascensão para a narração e interpretação vocal na literatura.

À primeira vista, pensamos logo que o audiolivro, obra literária gravada em CD deveria ser mais barata que o livro impresso, mas parece não ser bem assim. O fato de ser necessária uma ou mais pessoas para lerem a obra mantém o custo ou pode até tornar o preço dele maior do que o preço do livro tradicional de papel. Então o conforto de ouvir um livro enquanto fazemos exercícios físicos, enquanto viajamos, enquanto esperamos alguma coisa, tem o seu preço.

Pelo que pude observar, nos sites de vendas de livrarias que oferecem o audiolivro, não é muito fácil achar títulos que custem menos de vinte reais. A média é de vinte a quarenta, mas há livros mais caros, como os há na apresentação impressa.

Ao contrário do que poderíamos pensar, há muitas editoras oferecendo o produto. Editoras conhecidas pelo formato tradicional, como a Saraiva, como a Casa Publicadora e outras. E editoras especializadas no audiolivro, como Universidade Falada, Plugme, Audiolivro, Livro Falante, Nossa Cultura, Livro Sonoro, Universo dos Livros, Audiojus, que oferecem seus livros em sites como da Saraiva, do Submarino, da Americanas, etc.

Não encontramos, é claro, todos os títulos publicados em papel ou e-book também em audiolivro. Mas já temos uma boa oferta. Os clássicos brasileiros e portugueses, como José de Alencar, Visconde de Taunay, Aluízio de Azevedo, Manuel Antonio de Almeida, Eça de Queiroz, Machado de Assis e outros podem ser encontrados em alto e bom som. Assim como alguns clássicos universais, como Hemingway, Tolstói, Dostoievski, Cervantes, Júlio Verne e outros. Autores contemporâneos como Moacyr Scliar, Lya Luft, Laurentino Gomes, Marilia Gabriela, Jorge Amado, Talita Rebouças, Rubens Paiva, Luiz Fernando Veríssimo e Clarice Lispector, por que não? Além de alguns outros, é claro.

Alguns best Sellers podem ser encontrados no formato de áudio, como “A Cidade do Sol”, por exemplo. Vimos que os livros técnicos, de autoajuda, religiosos e romances são os mais numerosos, mas também há os livros didáticos, de história, infantis e pouca coisa, muito pouca coisa mesmo de poesia.

Há, também, audiolivros gratuitos, na rede, como os oferecidos pela Editora Universidade Falada, por exemplo. Ela disponibiliza download a custo zero de clássicos como obras de Machado de Assis, Aluizio de Azevedo, Casimiro de Abreu e outros.

Nos Estados Unidos, desde a década passada o audiolivro é um sucesso. No Brasil, está começando a cair no gosto de alguns leitores. A tendência é crescer essa preferência, já que a falta de tempo é um mal crônico e o audiolivro vem trazer a oportunidade de dividirmos o tempo que teríamos para ouvir música com a literatura.

3 comentários:

  1. Eu consumo audiolivros há mais de 5 anos, através de uma empresa norteamericana, me espanta saber que o Brasil ainda está muito atrás em um mercado tão interessante, pois principalmente na correria de São Paulo, onibus, metro, caminhar a pé, ler livros é praticamente impossível. O tempo médio da minha casa até o local de trabalho é de 1 hora, que eu preencho com podcasts e audiolivros. E não e simplesmente um texto lido mecanicamente, é uma narrativa envolvente, lidos por dubladores ou atores que conseguem passar para o auditivo todo o clima da estória contida no livro.
    Johnny Kamigashima

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  2. Oi Amorim, lembro quando era criança, das estórias infantís em discos coloridos. Nós amavamos. não sei como seria agora, ter um livro em CD. Será que eu gostaria mais de ouvir do que ler? Dúvida cruel.
    Mary Bastian

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  3. Eu ,pessoalmente,prefiro ler um bom livro,é quase como viajar...através do livro,ou do que se esta lendo,eu penso assim...
    Sandra Mara Pacifico

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