Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
Eu não gosto de novela, mas quando posso, vejo “Que Rei Sou Eu”, reapresentada pelo Canal Viva. Cheguei a escrever uma crônica, constatando que o folhetim está mais atual do que nunca, nesses tempos de corrupção e impunidade no Brasil. Pois volto a lembrar da tal novela, quando vejo notícias sobre a mobilização do Vale do Itajaí, aqui em Santa Catarina, frente a um surto de Gripe A.
Já são centenas de casos da doença em nosso Estado, a maioria no Vale do Itajaí. Já morreram vinte e duas pessoas, todas ou quase todas com idade fora das faixas etárias determinadas pelo Ministério da Saúde para receber a vacina. Como já se configura um surto da doença, Blumenau, Itajaí e outras cidades do Vale solicitaram ao Ministério da Saúde que enviasse estoque para vacinar todos os habitantes da região, indistintamente.
Pois o Ministério da Saúde negou, com a desculpa de que “a vacinação contra a H1N1 é para prevenir, apenas, não para bloquear surto instalado”. Eles vão mandar medicamentos apenas para tratar a doença, não para evitar. Tudo bem, mandar o medicamento está correto, as pessoas que já estão infectadas precisam deles, mas quem não tem a doença está condenado a contraí-la, para então ter um tratamento? Isso se os medicamentos vierem em quantidade necessária.
Que Ministério da Saúde é esse, que condena os cidadãos que ainda não foram vítimas do surto a não se imunizarem, a ficarem sujeitos a contrair a doença? Pode até haver um período, depois de tomada a vacina, para que ela faça efeito, mas depois deste prazo, quem a tomou terá muito menos chance de ser vítima da gripe temerária. Por que, então, não tentar evitar que um número maior de pessoas caia vítima do mal que pode levar à morte, como está acontecendo?
Isso é bem típico de uma situação que ocorreria no Reino de Avilã, não é não? Os “conselheiros” da “Rainha” prefeririam negar a vacinação ao povo, para então, depois, vendê-la bem caro e assim terem lucros vultosos. Aqui, parece que estão economizando a vacina para não ter que produzir mais, para não "onerar" os cofres públicos, ou então para o povo ir às clínicas pagar bem caro para serem imunizados.
Tão zelosos, nossos “conselheiros”, com o suado dinheiro que é arrancado do povo na forma de impostos quase que mais caros do mundo: o brasileiro trabalha quase meio ano só para pagar impostos ao governo, mas não vê retorno. A saúde, a educação, a segurança, a justiça, tudo está indo à falência. E a corrupção, a impunidade, a banalização da violência, da falta de honestidade são lugares comuns.
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