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sábado, 22 de agosto de 2009

FRITZ E O RIO CACHOEIRA

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

No meu poema “O Rio da Minha Cidade”, publicado no livro “Meu Pé de Jacatirão”, no início dos anos 90, eu já lamentava a morte do Rio Cachoeira, abandonado por todos: “Joinville, / Cidade das Cores, / das flores e das bicicletas. / Joinville da poesia, / das palmeiras e da dança, / Joinville da chuva tanta, Joinville do Rio Cachoeira. // Cidade maior / da Santa e bela Catarina / Joinville de século e meio, / de existência e resistência. // O progresso chegou, / Joinville, / para o enterro / do teu rio...”
De lá para cá, nada mudou. A cidade cresceu, mas o descaso para com o rio também. As empresas jogam resíduos químicos no rio, muito esgoto é lançado no Cachoeira, jogam também lixo nele. E ninguém faz nada. Houve, há muitos anos, até uma campanha que foi taxada de ridícula, na época, pois pedia que as pessoas não jogassem copinhos plásticos no rio para não poluí-lo. Ora, porque será que a campanha era ridícula? Porque as autoridades do município deveriam, isto sim, fiscalizar e proibir o despejo de lixo químico e esgotos domésticos no rio, e não pedir que não se jogasse copinhos nele. As saídas de esgoto e de rejeitos das fábricas estão visíveis para quem quiser ver e ninguém nunca foi selar esses bueiros. O rio só será ressuscitado, se todos os canos que desembocam no rio forem fechados e o lixo que eles liberam for tratado. É claro que o cidadão comum não deve jogar qualquer coisa nele, mas como cuidar de um rio que está morto porque o veneno maior que é jogado nele não é coibido?
O nosso querido e quase extinto Rio Cachoeira está em evidência, atualmente, porque o Fritz, jacaré que sobrevive nele – não sei como – foi visto, outro dia, saindo para respirar no meio da água (água?) azul. Sim, azul, e causou espanto, porque a água (desculpem, não é água, mas é o hábito, um rio deveria ser composto de água, então...) dele normalmente é acinzentada, meio para o marron, coisa de filme de terror. Então voltou-se a falar nele, na polêmica morte anunciada, efetivada, assistida, sem que ninguém movesse um dedo.
A limpeza do Rio Cachoeira vem sendo mote de campanha política há décadas. Promessas e mais promessas de cada prefeito, lembro que o Lula – aquele aqui de Joinville, não o malfadado presidente – prometeu, quando foi eleito, que ele ia limpar o rio e provaria isso tomando banho nele quando terminasse o seu mandato. Ele entrou na água, sim, mas lá na foz do rio, onde a água se mistura com o mar e é bem mais limpa e mesmo assim com roupa de borracha até a cabeça. Outra história hilária e irritante ao mesmo tempo.
E o pobre o Fritz vai continuar sofrendo com a lama podre do rio onde vive, pois não creio que a prefeitura de Joinville tenha peito para fechar todos os canos que estão lá despejando lixo e matando um pouquinho mais o Cachoeira, a cada dia.
Senhores adminstradores da Cidade das Flores, provem que estou errado. Revitalizar o rio é possível, já vimos isso acontecer pelo mundo e até aqui no Brasil. Então...

3 comentários:

  1. Temos que cobrar,correr atraz.
    Nossos rios nossas vidas.

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  2. Muitas vezes os cupados somos nós mesmo, que optamos pelo silêncio que é menos desgastante do que lutar por um futuro melhor, isso se tivermos a chance de ter um.

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  3. é verdade nosso prefeitos não são de nada!!!
    temos q correr atraz ele não pode ficar desse jeito, eu se q é toda nossa culpa mas vamos reagir!!!

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