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terça-feira, 25 de agosto de 2009

INTEGRANDO A CRIANÇA ESPECIAL

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Ao assistir um campeonato de kung-fu e tai-chi, recentemente, tive uma experiência muito boa, de aprendizado e de reconhecimento. Faço tai-chi, mas sei que o kung-fu exige dedicação, disciplina e boa vontade, ao tempo que proporciona condicionamento e forma física. Achava que apenas pessoas saudáveis e perfeitas pudessem praticar tais exercícios, tal arte, mas tive a comprovação, naquela oportunidade, de que pensar assim é preconceituoso.
Dentre os participantes do campeonato que estavam esperando para se apresentar, vi um rapaz de cerca de 17 anos que chamou a minha atenção porque era mais tranqüilo, mais quieto do que os outros, mais “comportado”. Mas quando chegou a vez dele, fez uma belíssima apresentação, conquistando boas notas, mostrando que sabia fazer bem o que estava fazendo, que tinha aprendido tudo o que lhe havia sido ensinado.
Soube, depois, que ele era uma pessoa especial. Surpreso, dei-me conta, então, da capacidade de realização, de força de vontade, de persistência daquele garoto e, por conseguinte, das pessoas especiais.
Muitas delas precisam de oportunidade, apenas, de assistência apropriada, precisam de que acreditemos nelas - não muito mais do que isso, para mostrarem de que são capazes de ter um ótimo aprendizado, de que é possível a sua inclusão na sociedade da qual elas fazem parte.
E isso se confirmou, porque logo depois do campeonato, vi uma reportagem em um telejornal sobre uma menina especial que estava estudando em uma escola convencional de primeiro grau. Ela conseguiu se integrar, acompanhando o ritmo das outras crianças da turma, que chamamos de “normais”.
Se o meio, a sociedade de “normais” aceita o indivíduo especial, ele se sentirá incluído e poderá desenvolver sua capacidade de se relacionar, de aprender, de viver. Como a menina, que dava entrevista, feliz, dentre os colegas da classe, que declaravam saber que ela tinha limitações, ao mesmo tempo reconhecendo que com a ajuda deles ela podia, sim, superá-las.
Fiquei pensando que aquele poderia ser um caso isolado, dentre tantos que existem por aí sem uma solução desejada como essa. Mas pensei também que este é um bom exemplo que pode ser seguido, pois mostra que é possível recebermos a criança especial nas nossas escolas, na nossa vida, na nossa sociedade de “normais”. Depende muito da boa vontade e do esclarecimento das escolas, dos professores, dos alunos e dos pais dos alunos. Ser acolhida na escola tradicional é uma conquista de cidadania, que é um direito da pessoa especial, assim como é de todas as outras.

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