Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )
Dia dos Pais novamente e eu não ia escrever nada sobre o assunto, porque adoro a época, quando o carinho que recebo normalmente aumenta de tamanho, mas por outro lado me lembro de meu pai e isso me deixa um pouco triste. Não pretendia escrever, então, porque não queria mais uma crônica triste, mas sei que essas coisas se identificam com outras pessoas e acabam aproximando a gente, integrando-nos, nós, filhos da mesma mãe natureza que somos.
Meu pai talvez não tenha sido tão pai quanto eu desejaria que ele tivesse sido, mas é possível que isso tenha servido para alguma coisa, pois procurei compensar um pouco com minhas filhas. Não sei se consegui, mas o fato é que tenho filhas maravilhosas.
Sinto falta, ainda hoje, de um pai mais presente na minha vida. Talvez ele não tenha sabido ser um bom pai e eu, também, não tenha conseguido ser um filho melhor, tentando me aproximar mais, mesmo na idade adulta, para que pudéssemos ser mais amigos.
É dolorido não poder lembrar um carinho, um abraço, um sorriso especialmente dado pra mim. Como já disse, os tempos eram outros, a maneira de demonstrar afeição talvez fosse diferente, mas não poderia ser tão diferente a ponto de não chegarmos a reconhecê-la. Será que havia medo em demonstrar sentimentos?
É possível que eu esteja sendo egoísta, mas para que não se repita mais o meu erro, conclamo todos os filhos – e todos nós somos – a dar um pouco mais de atenção e carinho a seus pais, mesmo que eles relutem em receber. E a todos os pais, também, a perceber o carinho vindo dos filhos e, principalmente, conclamo-os a retribuir, por mais sutil que isso tenha que ser.
Acho que gostaria de ter um dia, apenas mais um dia para mim e meu pai, para que pudéssemos preencher esse vazio, essa falta de alguma coisa que poderia ter sido, mas não foi, poderia ter existido, mas não existiu, poderia ter acontecido, mas não aconteceu. Essa sensação de amor contido, desperdiçado, perdido.
Sinto saudade de ter saudade de meu pai.
Saudade de ter saude,muito triste muita dor uma ferida aberta.
ResponderExcluireu que já sou quase pai, posso dizer que gostei do teu texto
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