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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A SAÚDE PÚBLICA E O DIREITO DO CIDADÃO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br )

Outro dia falei da colação de grau de minha filha, que se formou em Educação Física, no Teatro Pedro Ivo Campo, do Estado. Foram impostas várias restrições para o uso do teatro, mesmo sendo a formatura de alunos de uma universidade também estadual.
Isso me lembrou de outra instituição pública, o Hospital Celso Ramos, que o Estado escolheu para atender pacientes do INSS, sem dar condições aceitáveis para tal. Minha mãe precisou trocar a prótese num dos joelhos e foi encaminhada para aquele hospital, porque é o único que faz cirurgia para segurados do INSS. Como ela teve que acionar o INSS para fornecer a prótese, não poderia fazer a cirurgia em outro hospital, tinha que ser no Celso Ramos, único credenciado pela União, pela saúde pública.
O que a gente vê lá é inimaginável. Não havia pessoal suficiente para trabalhar, o quarto era pequeno, não havia gaze apropriada para o curativo, o sistema de ar condicionado não funcionava e era o auge do verão, quase quarenta graus. O banheiro era tão pequeno, que a lixeira não cabia lá dentro dele. Quando uma pessoa entrava, tinha que colocá-lo para fora. E este era o banheiro para pessoas que haviam feito cirurgia no joelho, nos quadris, na bacia, que precisavam entrar nele, não raro, com a perna esticada e até em cadeira de rodas.
A comida era intragável, mas o pior não era isso. O pessoal que atendia, enfermeiros, pessoal de limpeza, se desdobrava para atender tão bem quanto possível, pois faltava funcionários. Um ou outro piorava a situação já caótica, como um enfermeiro ou residente, não sei bem, que chegou para atender uma senhora com mal de Parkinson. Ela havia operado o joelho, colocara uma prótese, mas como a doença fazia com que sua perna dobrasse, a cirurgia devia doer muito e ela reclamava. Então o citado enfermeiro chegou, depois de demorar muito, esticou a perna da senhora de um golpe só, deu um tapinha no rosto dela e nem tomou conhecimento da dor que aumentara no joelho dela.
Minha mãe quase morreu porque deram um remédio que ela não podia tomar e a reação foi terrível. Há muito mais, mas não gosto nem de lembrar.
O trabalhador paga o INSS a vida inteira e quando precisa não tem direito a um atendimento minimamente decente. Este é o Brasil, aquele que nosso presidente diz que está uma maravilha.

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