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quarta-feira, 6 de julho de 2011

AS PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS HOJE

Por Luiz Carlos Amorim – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Já não há mais, como no passado, bons suplementos literários nos grandes jornais. O que existe são os cadernos de cultura, que reúnem um pouco de tudo, fazem um mix de todas as artes e entre elas está a literatura. Jornais genuinamente literários, como “Leitores & Livros”, por exemplo, deixaram de circular – e fazem muita falta. A exceção, felizmente, é o jornal de literatura Rascunho.


Já quanto a revistas literárias, a coisa é bem mais complicada. As páginas e suplementos literários dos jornais sumiram, porque não há quem coloque publicidade neste tipo de publicação. Os anúncios são colocados apenas onde possam ser vistos por um grande número de consumidores, e “jornalismo literário”, por assim dizer, é apreciado pelos próprios escritores e pelos grandes leitores. Até porque ainda há publicações culturais, como aquelas ditas “oficiais”, compostas, muitas vezes, de textos grandes e herméticos - e então, como são distribuídas de graça e são pagas com recursos públicos, elas vão acabando. As revistas sobre literatura, então, são cada vez mais raras e via de regra alternativas, porque não têm todos os outros cadernos de um jornal, sobre diversos assuntos, para que a veiculação de propaganda garanta a sua cobertura. E elas surgem, principalmente aquelas de grandes editoras, duram alguns poucos números e desaparecem, sem conseguir sobreviver. Como foi o caso de “Entre Livros” e outras, que eram vendidas nas bancas. Porque o número de leitores destas revistas ainda é reduzido, pois ainda se lê pouco em nosso país. Neste caso também há uma exceção, felizmente, a “Discutindo Literatura”.

Já vi várias revistas literárias e/ou culturais surgirem esplendorosas, inclusive aqui, em Florianópolis, e depois desaparecerem sem deixar rastro, infelizmente. A última que desapareceu, aqui, foi a Cartaz – Cultura e Arte, uma excelente revista que resistiu uns três anos no mercado, não chegando à vigésima edição. Sobreviveu tanto tempo porque a editora tinha outras revistas, mas acabo de ver o site deles e apenas uma, de negócios, ainda existe.

O que sobra, então são as revistas literárias alternativas, as herdeiras dos mimeografados dos anos setenta e oitenta, que a gente não encontra nas bancas, quase sempre, porque elas são distribuídas por mala direta, pelo correio. E atualmente nem todas são impressas, porque a internet é uma poderosa estante, vitrine ou banca virtual. Algumas das revistas literárias que resistiram até alguns anos atrás preferiram continuar só com a versão digital ou virtual, pois a despesa é muito menor e o número de leitores pode aumentar a cada dia. E as versões eletrônicas podem ser enviadas por e-mail, também.

A revista do Grupo Literário A ILHA, o Suplemento Literário A ILHA, que começou a circular em 1980, continua ainda hoje com a versão impressa, mas tem a sua versão eletrônica no portal PROSA, POESIA & CIA, em Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br .

Um comentário:

  1. Infelizmente, Luis, está cada vez mais difícil se dedicar à literatura no Brasil.

    Ótimo texto!

    poetadapaulista.com.br

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