Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com/
O inverno ensaiou e veio pra valer, junto com a chuva. E as azaléias se atrasaram, quase não conseguem chegar a tempo de enfeitar o Festival de Dança de Joinville.
Elas começaram a aparecer, tímidas, pequenas manchas de vermelho e branco no meio do verde, que devem ficar maiores quando as sapatilhas começarem a pisar os palcos espalhados pela Cidade das Flores, quando braços e pernas começarem a interpretar a poesia do corpo.
As azaléias começam a se apresentar aos jacatirões (ou manacás-da-serra) e aos flamboiãs, a quem deveriam estar dizendo adeus, além de dar as boas vindas aos amores-perfeitos.
Mas mesmo assim, julho comemora o inverno, um pouco acanhado, em Joinville, com cores, com música, com movimento e arte. A cidade toda dança. Seus moradores são guiados pela música que vem dos palcos que estão nas praças, escolas, fábricas, shoppings, teatros, até em hospitais. E os olhos de toda uma cidade que tem sua população dobrada em julhos frios, coloridos e belos, brilham com a performance de milhares de dançarinos.
A música, poesia do som, embala a emoção, aguça os sentidos, transborda o coração, explode por todos os poros e faz-se movimento, dança e enlevo: a magia do corpo, na ponta dos pés...
Dança, Joinville, dança, e balança meu coração, ávido de poesia... Rodopia, sapatilha, impulsiona esses pés a comandar corpo alado de bailarinas e bailarinos.
E meu coração é uma orquestra, no ritmo da emoção. E eu canto a poesia em movimento. E eu danço a canção que a silhueta escreve...
Minha netinha de 8 anos telefonou encantada com o festival. Em laguna estamos reaprendendo a engatinhar em tentativas de teatro, poesia, crônicas.Estamos entrando na Semana da Cultura.
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