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domingo, 7 de novembro de 2010

FEIRAS DO LIVRO DE BLUMENAU E DE FLORIANÓPOLIS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Li o artigo “A Feira do Livro em Blumenau”, do escritor Viegas Fernandes da Costa, onde ele comenta e complemente crônica de Maicon Tenfen, acerca do fracasso do evento citado naquela cidade. “Tenfen aponta dois principais problemas na realização do evento: o espaço onde este é realizado, nas dependências acanhadas e decrépitas da Fundação Cultural, bem como a ausência de políticas públicas municipais voltadas à cultura. Concordando com os argumentos do colunista, queremos contribuir com o debate.
Não é possível culpar a população por não participar de uma feira de livros quando o próprio poder público se omite diante da necessidade de políticas culturais para a cidade. Com exceção do Fundo Municipal de Cultura, Blumenau não dispõe de políticas próprias e claras para o fomento da criação artístico-cultural e da formação de público. Vale lembrar que uma Feira do Livro, promovida pelo poder público, deve ser estratégia inserida no contexto de um planejamento para a cultura, e não mera ação voluntariosa, sem objetivos claros, estrutura digna e organização prévia, como ocorre em Blumenau. Afinal, para quem a Feira é promovida? Para o público leitor? Para a formação de um público leitor? Para os escritores locais? “
Parabéns, Viegas, você está completamente certo. Padecemos das mesmas coisas aqui na capital. A Feira do Livro de Florianópolis na verdade são duas, uma em maio e outra no final do ano, mas as duas poderiam reduzir-se a apenas uma, para melhorá-la. O Estado não dá apoio, apesar desse apoio (financeiro) ser solicitado há mais de três anos.
Antes da feira de início de ano, vimos no jornal Diário Catarinense e em out-doors pela cidade, propaganda do Donna Fashion dando conta de que a Câmara Catarinense do Livro era a patrocinadora do evento. Todo o meio literário do Estado estranhou, mas ninguém disse nada. Eu escrevi uma crônica e publiquei no meu blog e em alguns jornais, mas ninguém se acusou. Eu pedi explicações, alguém tinha que dar uma satisfação, um esclarecimento: se a Câmara não tinha dinheiro nem para fazer a sua feira, como podia "patrocinar" um evento de moda de uma empresa privada? Pois fui falar com o pessoal da Câmara e o presidente anterior me disse que o Estado "atendeu" o pedido de ajuda para a feira do livro, mas o dinheiro apenas passou pela Câmara e foi para o Donna Fashion, para pagar o “patrocínio” no evento de moda.
Aí acontece a feira como está acontecendo hoje, com uma pessoa só cuidando da organização, e é claro que assim não consegue nem agendar os lançamentos de escritores locais. Sem nenhum convidado ilustre, sem debates, sem palestras, apenas venda de livros e contação de histórias, declamação de poemas e alguns lançamentos.
Como bem disse Viegas, não há um objetivo declarado, não se sabe para quem é feita a feira, não há uma preparação, é tudo feito em cima da hora.
Uma pena. Tenho combatido muito, pedido soluções, mas sou só eu. O Olsen é outro que abre a boca, mas não está publicando em nenhum jornal.

Um comentário:

  1. Olá Amorim!

    Já conhecia teu debate a respeito da Feira do Livro em Florianópolis, bem como já estive na cita feira, e concordo contigo. Uma lástimo, um descaso. Aqui em Blumenau penso que a situação é ainda mais grave. Não há proposta, não há expositores, e a feira é feita para beneficiar alguns grupos de escritores locais, não o leitor. O problema é que, com tamanho descaso e incompetência, acaba-se por não se beneficiar ninguém, e todos saem perdendo.
    Abraço fraterno,
    Viegas

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